Cláudia Schüffner (Valor Econômico)
A tentativa do governo americano de bloquear investimentos da Petrobras no Irã não tiveram qualquer efeito sobre os planos da estatal brasileira naquele país. A companhia vai concluir este mês a perfuração de um poço chamado "taftan1" no bloco Tusan que fica no Golfo Pérsico iraniano. Esse primeiro poço vai custar cerca de US$ 50 milhões, segundo estimativa do gerente-executivo da estatal responsável pela Américas, África e Eurásica, Samir Awad.
A tentativa do governo americano de bloquear investimentos da Petrobras no Irã não tiveram qualquer efeito sobre os planos da estatal brasileira naquele país. A companhia vai concluir este mês a perfuração de um poço chamado "taftan1" no bloco Tusan que fica no Golfo Pérsico iraniano. Esse primeiro poço vai custar cerca de US$ 50 milhões, segundo estimativa do gerente-executivo da estatal responsável pela Américas, África e Eurásica, Samir Awad.
Outro poço será perfurado em data ainda não definida, que custará cerca de US$ 30 milhões, mais barato por ser tecnicamente mais simples e em águas rasas. A partir daí, e caso seja feita alguma descoberta, a Petrobras teria que assinar um contrato de prestação de serviços com a estatal National Iranian Oil Co. (Nioc).
Questionado sobre as possíveis repercussões na estatal sobre as preocupações americana com os investimentos da Petrobras no Irã, Awad explicou que não há nenhuma negociação em andamento com o governo iraniano, ou pelo menos, nada concreto. "Existem apenas conversas, apenas prospecção de negócios", explicou Awad, que está em Houston para a Offshore Technology Conference (OTC).
Ele confirmou que o governo americano procurou a Petrobras para "tentar entender o que estava por trás das notícias na mídia (sobre investimentos da companhia no Irã) e qual era o ponto da verdade. E a Petrobras foi absolutamente clara ao dizer que hoje não há nenhum investimento previsto", frisou Awad.
O executivo lembrou que o presidente Lula já disse que as decisões de investimento da Petrobras são uma questão de soberania nacional. "A Petrobras investe aonde ela bem entender, dentro ou fora do Brasil. E temos hoje exemplos de empresas de grande porte que mostram que não deve haver constrangimento nenhum. Não é por isso que a Petrobras seria mal vista (no exterior)", disse o executivo.
À noite, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, tentou desmentir a informação do diretor e disse que o governo americano não levou qualquer preocupação dessa natureza à companhia. Gabrielli participou de um coquetel para comemorar o prêmio obtido pelo gerente geral de Engenharia Básica da Petrobras, Marcos Assayag, o "Distinguished Achievement Award for Individuals", da OTC.
Pela regra iraniana, as empresas estrangeiras que produziram no país precisam entregar todo o óleo para a Nioc já que não podem ter a titularidade do óleo. Se fizerem descobertas, elas assinam contrato de prestação de serviços que prevê a recuperação dos custos e de prestação de serviços. Segundo Awad, o acordo firmado pela Petrobras e a Nioc estabelece apenas a obrigação da brasileira perfurar dois poços. A partir daí, se ela encontrar petróleo, passará para o estágio de negociação de contrato de prestação de serviços.
O governo americano estabelece pesadas sanções para indivíduos e empresas americanas que investem no Irã, ou que vendam produtos e serviços para o país. Agora o governo Bush tem tentado ampliar o escopo dessas restrições, com o objetivo de demover investimentos estrangeiros. Mas até agora eles não tiveram muito sucesso com empresas estrangeiras.
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