O acordo entre a Petrobras e a estatal venezuelana PDVSA para a construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, "caminha a passos largos", disse nesta segunda-feira, 14, o diretor de Abastecimento e Refino da estatal, Paulo Roberto Costa, ao ser indagado por jornalistas sobre a possibilidade de desistência da PDVSA no negócio.Segundo ele, o acordo que prevê a parceria entre as duas empresas está atrelado à entrada em produção do campo de Orinoco, na Venezuela, no qual a Petrobras teria participação de 40%. Em relação inversamente proporcional, no caso da refinaria em Pernambuco, seria a PDVSA quem ficaria com 40%.O impasse principal para a assinatura do contrato diz respeito ao valor das reservas do Orinoco e o bônus que caberá à Petrobras por participar da exploração das reservas locais. O óleo naquela região é ultra pesado e exigirá até mesmo um processamento de pré-refino, antes de chegar a uma refinaria convencional. Estima-se que o investimento nessa unidade seria de US$ 1 bilhão.Recentemente, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, comentou em entrevista que também falta definir qual será o destino do óleo produzido na região, já que a estatal quer ser remunerada por sua parte no negócio pelos preços internacionais e a Venezuela quer garantir a produção para consumo local, onde subsidia o óleo para a população.Segundo Costa, a Petrobras está tocando adiante o processo burocrático para a instalação da refinaria, independentemente do fechamento do acordo com a Venezuela. No próximo dia 23 de maio, por exemplo, a estatal realiza audiência pública para obtenção de licenciamento ambiental para a instalação da unidade.JapãoSobre os planos para a aquisição de uma refinaria no Japão, Costa afirmou que as negociações estão "complexas", disse Costa. "Temos tudo para fechar o negócio, mas existem alguns detalhes complexos que ainda emperram", disse, sem querer detalhar quais seriam os pontos principais que geram impasse na negociação. A Petrobras está de olho numa refinaria de propriedade conjunta da Exxon (85%) e da Sumitomo (15%), localizada no sul da ilha de Okinawa, com capacidade de 100 mil barris por dia. Os investimentos, segundo expectativa do mercado, devem ficar em torno de US$ 1 bilhão."Estamos olhando todas as oportunidades do mercado. O nosso objetivo principal é processar no exterior petróleo produzido pela Petrobras. Não necessariamente temos que ter produção local onde tivermos a refinaria", disse Costa.Exportação EUACosta informou ainda que a Petrobras exportou sua primeira carga de álcool para os Estados Unidos na semana passada. Segundo ele, foram enviados 12 milhões de litros para uma trading norte-americana. "O volume ainda é muito insignificante, perto dos cerca dos 2,8 bilhões que o Brasil exportou no ano passado, dos quais 1 bilhão só para os Estados Unidos, mas temos perspectivas de muitos negócios com entre a Petrobras e o mercado americano", disse. Ele admitiu, inclusive, que a estatal já estuda a aquisição de tanques de armazenagem de álcool em território americano.De acordo com Costa, a estatal também deve embarcar nos próximos dias uma carga de 20 milhões de litros de álcool para a Nigéria, repetindo o que já fez no ano passado. Outra perspectiva de contrato é com a Venezuela. No ano passado, explicou o diretor, a Petrobras embarcou para o país vizinho um total de 150 milhões de litros negociados no mercado spot. Mas nas próximas semanas, pretende fechar um contrato fixo para a exportação de 20 milhões de litros mensais por um período de um ano, prorrogável por mais um ano.No total, a Petrobras quer exportar em 2007 um volume de 850 milhões de litros, que deverão chegar a até 3,5 bilhões em 2011, quando já estiver valendo a parceria com a Mitsui para embarque do combustível para o Japão. ÁlcoolSegundo Costa, o acordo com a Mitsui está sendo finalizado e ainda depende de regulamentação da legislação japonesa para adição de álcool à gasolina. Além disso, explicou, a Petrobras quer colocar o combustível proveniente da cana-de-açúcar nas usinas térmicas japonesas.Para isso, pretende iniciar em agosto testes locais na Usina Termelétrica Barbosa Lima Sobrinho, no Rio, com a utilização desse combustível. "Seria uma alternativa altamente viável para substituir o gás natural ou mesmo o óleo combustível numa emergência no Brasil", sinalizou. Segundo ele, o álcool "tem se demonstrado competitivo nessa forma de geração de energia", mas um maior nível de detalhamento técnico só será possível com os testes na usina.Costa também informou que estão avançando as negociações da Petrobras com grupos interessados em investir em novas usinas de produção de álcool no País. A Petrobras, em parceria com a Mitsui, tem interesse em participar com no máximo 20% do capital acionário de cerca de 40 novos empreendimentos nessa área, que estarão localizados entre os Estados de Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins."A idéia é assinar contratos e tocar as obras para que em 2009 já esteja sendo produzido o álcool a ser exportado para o Japão", afirmou o diretor, que participou hoje da assinatura de convênio entre a Petrobras e o Senai para a capacitação de três mil profissionais que vão atuar no complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). (Agência Estado)
quarta-feira, 16 de maio de 2007
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