Ele afirmou que a Petrobras avalia exportar petróleo pesado do Brasil para o Japão para fins de processamento, o que poderia reduzir o volume de petróleo leve comprado da Austrália e da África. "A refinaria não pode processar petróleo pesado, somente petróleo leve. Para obtermos uma conversão profunda na refinaria, precisamos ter um investimento para trazer unidades que provem ser capazes de processar petróleo pesado", acrescentou. "Provavelmente utilizaremos a unidade de tratamento de água, ou HDT, que permite processamento de petróleo pesado", antecipou.
A unidade também poderá ser utilizada para outro projeto da companhia, como o de comercializar etanol no mercado japonês. Gabrielli acrescentou que a Petrobras conduz pesquisas logísticas sobre como obter maior vantagem da longa experiência da companhia no mercado de etanol e utilizar a refinaria como um centro de operações na Ásia. "Podemos levar etanol utilizando grandes navios de transporte, descarregar em Okinawa, e de Okinawa para os países asiáticos", concluiu.
A Petrobras assumiu oficialmente o controle da Nansei Sekiyu K.K. no dia 1o de abril, adquirindo uma participação de 87,5 por cento por 5,5 bilhões de ienes (54,09 milhões de dólares) de um grupo de refinarias japonês ligado à Exxon Mobil . A refinaria, localizada na ilha de Okinawa, no sul do Japão, possui capacidade instalada de 100 mil barris por dia (bpd). Segundo Gabrielli, a produção da unidade será ampliada de 35 mil bpd para 50 mil bpd em breve, avançando para a capacidade máxima futuramente.
O executivo acrescentou que há um estudo para o aperfeiçoamento da refinaria por um valor de aproximadamente 1 bilhão de dólares, mas não soube dizer quando será concluído. Gabrielli afirmou que a trading japonesa Sumitomo, que controla os 12,5 por cento restantes da refinaria, pode elevar a participação no empreendimento até um percentual indeterminado.
A Petrobras abastecerá a demanda por combustíveis na ilha de Okinawa e na região continental do Japão, além de China, Cingapura, Taiwan e Vietnã, informou o executivo, acrescentando que a empresa não tem planos para construir unidades petroquímicas na refinaria Nansei.
Os investimentos internacionais previstos pela Petrobras em 2008 somam 15 bilhões de dólares até 2012, mas Gabrielli disse que a empresa não tinha interesse em novos investimentos em refinarias na Ásia ou na Europa, no momento (Fonte: O Globo, 2008-04-07).
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