sábado, 8 de setembro de 2007

O setor de gás natural preocupa no Brasil

Na última quinta-feira, em encontro com representantes da Federação Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, não escondeu a sua preocupação com o setor de gás, sobretudo no que diz respeito a atual falta de infra-estrutura para atender o crescimento do consumo. Em vários momentos, o executivo demostrou estar incomodado com o expressivo avanço da demanda brasileira pelo combustível, para ele considerado exagerado. "O consumo brasileiro de gás apresenta um crescimento "demasiadamente acelerado", afirmou. "Diferentemente do petróleo, sem infra-estrutura não há possibilidade de expansão do gás", completou. Segundo Gabrielli, somente em infra-estrutura (gasodutos, terminais, entre outros) e equipamentos para o gás natural, a Petrobras terá de investir, entre 2008 e 2012, US$ 6,7 bilhões. Ao incluir toda a cadeia de gás - exploração, produção, distribuição, entre outras áreas -, as aplicações da Petrobras para os próximos quatro anos sobem para US$ 19,2 bilhões (incluindo os US$ 1 bilhão que serão investidos por parceiros da estatal). Esse montante, diz o executivo, garantirá o atendimento da demanda no período, que apresentará um "crescimento extraordinariamente alto de 19,4% ano, passando dos atuais 46 milhões de m³ por dia para 134 milhões de m³/dia em 2012". Segundo Gabrielli, as termelétricas irão absorver o maior volume do gás projetado para o futuro: 48 milhões de m³ diários. Para indústria, serão destinados 42 milhões de m³/dia. Dos 134 milhões de m³/dia previstos para 2012, 72,9 milhões de m³/dia serão oriundos de reservas nacionais, 30 milhões m³/dia da Bolívia e 31,1 milhões m³/dia de plantas de gás natural liquefeito (GNL). No caso da entrega futura de gás para as térmicas, o presidente da Petrobras não escondeu a preocupação com ele chamou de "risco regulatório". "Vamos construir uma grande infra-estrutura para o gás, com gasodutos enormes, nos moldes do Gasene (que interliga o Sudeste ao Nordeste), para (eventualmente) não ser utilizada", diz Gabrielli, referindo-se ao sistema de funcionamento das térmicas, que, teoricamente, só devem entrar em operação em situações emergenciais, para ocupar o lugar da energia gerada por hidrelétricas, que tem custos de operação bem mais baixos. "A demanda (para as térmicas), dependendo da chuva, pode não existir, porém estamos fazendo os investimentos", afirma principal executivo da Petrobras. (Gazeta Mercantil)

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