O governo moçambicano está confiante na existência de reservas de petróleo no país passíveis de ser exploradas comercialmente, mas remete para um futuro próximo um anúncio definitivo sobre o assunto. Sem nunca adiantar a percepção do governo sobre a existência de crude, o ministro da Energia moçambicano, Salvador Namburete, prefere remeter para as empresas que estão na prospecção. "Eu creio que as pessoas mais abalizadas para dizer se há ou não ou não petróleo no nosso país são as próprias empresas que estão na prospecção. Para nós, o sinal mais evidente é o crescente interesse demonstrado por estas empresas em fazer prospecção de petróleo em Moçambique", afirmou o ministro, citado pelo jornal moçambicano Notícias. Para o governante, trata-se de "um sinal" de que as empresas "pensam ou sabem que existe qualquer coisa". "Se as empresas continuam a trabalhar é porque acreditam que sim", observou. Salvador Namburete recordou mesmo, a propósito, uma pergunta feita ao director de uma empresa autorizada a prospectar solo moçambicano em busca de crude. "É difícil dar resposta a essa pergunta, mas se pensasse um pouco não me faria essa pergunta. Eu estou a gastar milhões de dólares à procura de petróleo em Moçambique. Se escolhi procurar petróleo neste país e naquela zona é porque acredito que ali há alguma coisa, se não iria abrir buracos num outro lugar", terá dito o empresário, citado pelo ministro moçambicano. Recentemente, em Agosto, o governo moçambicano anunciou "resultados encorajadores e de confiança" nas pesquisas de petróleo, reforçando a possibilidade de virem a ser assinados mais acordos de prospecção até final deste ano. Recentemente, a Anadarko, uma das principais companhias norte-americanas de petróleo, a ENI, de Itália, a Norsk Hydro e a DNO, ambas da Noruega, a Petronas, da Malásia, e a Artumas, do Canadá, venceram concursos lançados pelo executivo moçambicano para a prospecção petrolífera na bacia do Rovuma, no norte do país. A Galp Energia, através ENI (accionista de referência da empresa, com 33,34 por cento do capital), poderá também entrar na exploração de blocos ganhos pela empresa italiana em Moçambique. Em meados de Abril, o governo moçambicano assinou o contrato de concessão para a pesquisa e produção de petróleo na área "on shore" do Bloco do Rovuma, entregue às empresas Artumas Moçambique Petróleo e Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (estatal). Na corrida está também a petrolífera brasileira Petrobras, que em Outubro do ano passado firmou com a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos um acordo para a exploração de petróleo e gás natural em Moçambique, com a intenção de iniciar a exploração nos primeiros meses deste ano. A empresa brasileira já actua num bloco de exploração em Moçambique, em parceria com a Petronas (Malásia), na produção de hidrocarbonetos na foz do rio Zambeze. A companhia petrolífera malaia deverá, entretanto, começar no primeiro semestre deste ano a segunda fase de pesquisas de petróleo no Delta do Zambeze, estando prevista a realização de um furo "off shore" com um custo de 20 a 25 milhões de dólares (14,6 a 18,3 milhões de euros). Embora nunca formalmente, os pesquisadores no terreno têm indicado a presença de quantidades significativas de gás natural na bacia do Rovuma. O resultado das prospecções petrolíferas nunca foi oficialmente divulgado, falando-se apenas em fortes indícios da presença de crude na bacia do Rovuma (rio que separa Moçambique da Tanzânia, no norte do país) e no delta do Zambeze (centro). Pesquisas efectuadas em 1986 pela petrolífera ESSO e, em 1998, pela empresa Lohnropet, subsidiária da empresa britânica Lohnro, indicaram não existir petróleo na região, mas sim depósitos de gás. Para o presidente do Instituto Nacional de Petróleo (PCA) de Moçambique, Arsénio Mabote, "do ponto de vista geológico, há potencial para ocorrência de petróleo" no país. (Notícias Lusófonas)
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário