Será anunciado nesta segunda-feira, às 9h, num hotel em São Paulo, um dos maiores negócios do setor de energia dos últimos anos: a Petrobras, a Braskem e o Grupo Ultra informarão oficialmente a compra da Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga, que atua nas áreas de petroquímica, distribuição de combustíveis e refino, além de ter participações em blocos de exploração e produção de petróleo.
No ano passado, as empresas do grupo Ipiranga faturaram R$ 31,5 bilhões, com aumento de 12% em seu resultado. O lucro líquido foi de R$ 533,8 milhões.
O acordo foi confirmado por fontes das empresas envolvidas na negociação e estaria avaliado em torno de US$ 1,5 bilhão (R$ 3,15 bilhões). O anúncio da aquisição seria feito neste domingo, mas foi postergado porque alguns detalhes ainda estavam sendo fechados. Neste domingo, o jornal "O Estado de S. Paulo" publicou a informação sobre a operação.
O negócio já esteve por ser fechado durante várias vezes, mas foi frustrado em função de desacordo entre os compradores em relação à distribuição dos ativos e entre os diferentes acionistas da companhia.
O modelo final foi apresentado e aprovado apenas na última sexta-feira, em reunião do Conselho de Administração da Petrobras. A Petrobras vê, como jóia da coroa no negócio, a área de distribuição.
Atualmente, a BR é lider no segmento, com cerca de 32% do mercado, atrás apenas dos postos de bandeira branca, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Mas, com a compra da Ipiranga, que está em terceiro lugar no ranking, a estatal passaria a ter mais de 50% do segmento no Brasil.
De acordo com o balanço anual do grupo Ipiranga, a distribuidora tinha 19,6% do mercado no ano passado, com aumento de 2,6% no volume de vendas, contra uma média de expansão de 2% do restante do mercado. O lucro líquido da unidade no período foi de R$ 160,9 milhões.
Para o sócio da consultoria Expetro, Jean-Paul Prates, a grande concentração de mercado que a Petrobras terá a partir da compra da Ipiranga não deverá despertar problemas no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
- Com a compra da Ipiranga, a Petrobras vai ganhar a hegemonia que ainda não possui na única de todas as áreas em que atua. Ela ficará disparada na frente das outras, mas não acho que as demais marcas queiram reagir a isso. Elas não têm evoluído quase nada no Brasil e já deram vários sinais de desmobilização - avalia.
Prates lembra que a Shell, por exemplo, já foi alvo de vários rumores de que poderia deixar a atividade de distribuição no país e focar apenas em Exploração e Produção, o que a empresa nega.
- Já a Esso faz apenas uma manutenção básica de sua presença no Brasil, mas também não demonstra interesse em se expandir, assim como a Chevron Texaco.
A Repsol, por sua vez, tem poucos postos no país, enquanto a italiana Agip vendeu, em 2004, seus ativos de distribuição para a Petrobras por US$ 450 milhões.
- o mercado, por um lapso do governo, vem enfrentando sérias dificuldades no setor de distribuição, sofrendo com a indústria de liminares e com a adulteração. Não há quem mostre entusiasmo em crescer no Brasil, à exceção da Ale e da Sat, que fundiram seus negócios no ano passado. Existem hoje mais de 200 distribuidoras cadastradas na ANP, mas apenas cerca de seis atuam com mais força no Brasil - diz.
A Braskem, que é controlada pela Odebrecht e pela Petroquisa, braço petroquímico da Petrobras, deverá ficar com a Ipiranga Petroquímica, que alcançou seu recorde de produção no ano passado, de 638 mil toneladas, e de vendas, de 636 mil toneladas. A Ipiranga Petroquímica teve um lucro líquido 17,5% maior em 2006, de R$ 321,8 milhões.
Já a refinaria, mesmo sem processar petróleo em função de sérias dificuldades financeiras, focou na produção de nafta petroquímica a partir do quarto trimestre do ano passado. Em função de participações em outras empresas do grupo, conseguiu, ainda assim, registrar um lucro líquido de R$ 164 milhões.
Para Jean-Paul, a compra da refinaria Ipiranga poderia ser estrategicamente importante do ponto de vista logístico para a Petrobras, mas não agrega muito ao negócio.
- A refinaria deve ser um ponto delicado da curva porque é mal localizada, pequena e difícil de operar. Talvez venha a ser reconfigurada para a produção de produtos específicos, mas há que se considerar que não há produção de petróleo ali perto. Pode ser aproveitada ainda como um centro logístico. (O Globo)
No ano passado, as empresas do grupo Ipiranga faturaram R$ 31,5 bilhões, com aumento de 12% em seu resultado. O lucro líquido foi de R$ 533,8 milhões.
O acordo foi confirmado por fontes das empresas envolvidas na negociação e estaria avaliado em torno de US$ 1,5 bilhão (R$ 3,15 bilhões). O anúncio da aquisição seria feito neste domingo, mas foi postergado porque alguns detalhes ainda estavam sendo fechados. Neste domingo, o jornal "O Estado de S. Paulo" publicou a informação sobre a operação.
O negócio já esteve por ser fechado durante várias vezes, mas foi frustrado em função de desacordo entre os compradores em relação à distribuição dos ativos e entre os diferentes acionistas da companhia.
O modelo final foi apresentado e aprovado apenas na última sexta-feira, em reunião do Conselho de Administração da Petrobras. A Petrobras vê, como jóia da coroa no negócio, a área de distribuição.
Atualmente, a BR é lider no segmento, com cerca de 32% do mercado, atrás apenas dos postos de bandeira branca, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Mas, com a compra da Ipiranga, que está em terceiro lugar no ranking, a estatal passaria a ter mais de 50% do segmento no Brasil.
De acordo com o balanço anual do grupo Ipiranga, a distribuidora tinha 19,6% do mercado no ano passado, com aumento de 2,6% no volume de vendas, contra uma média de expansão de 2% do restante do mercado. O lucro líquido da unidade no período foi de R$ 160,9 milhões.
Para o sócio da consultoria Expetro, Jean-Paul Prates, a grande concentração de mercado que a Petrobras terá a partir da compra da Ipiranga não deverá despertar problemas no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
- Com a compra da Ipiranga, a Petrobras vai ganhar a hegemonia que ainda não possui na única de todas as áreas em que atua. Ela ficará disparada na frente das outras, mas não acho que as demais marcas queiram reagir a isso. Elas não têm evoluído quase nada no Brasil e já deram vários sinais de desmobilização - avalia.
Prates lembra que a Shell, por exemplo, já foi alvo de vários rumores de que poderia deixar a atividade de distribuição no país e focar apenas em Exploração e Produção, o que a empresa nega.
- Já a Esso faz apenas uma manutenção básica de sua presença no Brasil, mas também não demonstra interesse em se expandir, assim como a Chevron Texaco.
A Repsol, por sua vez, tem poucos postos no país, enquanto a italiana Agip vendeu, em 2004, seus ativos de distribuição para a Petrobras por US$ 450 milhões.
- o mercado, por um lapso do governo, vem enfrentando sérias dificuldades no setor de distribuição, sofrendo com a indústria de liminares e com a adulteração. Não há quem mostre entusiasmo em crescer no Brasil, à exceção da Ale e da Sat, que fundiram seus negócios no ano passado. Existem hoje mais de 200 distribuidoras cadastradas na ANP, mas apenas cerca de seis atuam com mais força no Brasil - diz.
A Braskem, que é controlada pela Odebrecht e pela Petroquisa, braço petroquímico da Petrobras, deverá ficar com a Ipiranga Petroquímica, que alcançou seu recorde de produção no ano passado, de 638 mil toneladas, e de vendas, de 636 mil toneladas. A Ipiranga Petroquímica teve um lucro líquido 17,5% maior em 2006, de R$ 321,8 milhões.
Já a refinaria, mesmo sem processar petróleo em função de sérias dificuldades financeiras, focou na produção de nafta petroquímica a partir do quarto trimestre do ano passado. Em função de participações em outras empresas do grupo, conseguiu, ainda assim, registrar um lucro líquido de R$ 164 milhões.
Para Jean-Paul, a compra da refinaria Ipiranga poderia ser estrategicamente importante do ponto de vista logístico para a Petrobras, mas não agrega muito ao negócio.
- A refinaria deve ser um ponto delicado da curva porque é mal localizada, pequena e difícil de operar. Talvez venha a ser reconfigurada para a produção de produtos específicos, mas há que se considerar que não há produção de petróleo ali perto. Pode ser aproveitada ainda como um centro logístico. (O Globo)
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