O gás natural liquefeito (GNL) continua sendo o segmento mais ativo da indústria do gás. A atividade cresce sob qualquer ângulo que se examine – são mais países liquefazendo o gás, mais países recebendo e regaseificando o produto, mais navios especializados no transporte. Cresce o número de empresas envolvidas, o valor anual dos investimentos, o conhecimento do produto junto ao público e o interesse da mídia.
Entre as muitas informações sobre o momento atual do GNL no mundo, uma das mais recentes é um relatório feito pelos consultores da Pricewaterhouse Coopers (PWC), que indica uma grande participação do GNL na oferta adicional de gás que será criada até 2010. Nada menos que 40% do aumento no volume demandado será entregue por via marítima, e não pelos tradicionais gasodutos.
A razão principal do surpreendente aumento da capacidade de produção de GNL está no suprimento do mercado norte-americano. Desde a desativação dos quatro antigos terminais de regaseificação de GNL da costa atlântica, ocorrida em início da década de 90, a demanda americana vinha sendo atendida exclusivamente com a produção própria do país e importações do Canadá e México, via gasodutos. Ambas as fontes estão hoje estacionadas ou declinantes, em um momento em que aumenta a pressão para substituição do carvão por gás na geração elétrica – o Texas e a Califórnia são dois exemplos recentes destacados pela imprensa, mas vários outros Estados têm programas semelhantes. O GNL parece ser a solução mais fácil para balancear o mercado, e mais de vinte novos terminais se somarão aos quatro (já agora reativado) nos próximos anos.
Outro fator que impulsiona o GNL é, como diz Michael Hurley, da PWC, a compreensão de que o mercado de gás natural se afasta cada vez mais do esquema “predominantemente linear, de uma cadeia de suprimento fixa entre fornecedor e comprador”. Em parte por razões geográficas, que inviabilizam economicamente a solução gasodutos, em parte pela agressiva posição assumida recentemente por alguns produtores, como Rússia e Bolívia, ganha força em todo o mundo o chamado “modelo flexível ou desagregado”, em que o comprador tem a opção de alterar sua fonte de suprimento. Em função do GNL, o gás vai a caminho de se tornar uma “commodity” global, com preços internacionais estabelecidos em bolsas de mercadorias, e não sujeitos a variações arbitrárias de produtores dispostos a desligar suas estações de compressão.
Há também razões técnicas para o “boom” do GNL. Novos equipamentos estão permitindo o aumento rápido das instalações de liquefação, e produtores tradicionais, como Nigéria, Austrália e Qatar estão no momento construindo mega-parques, acrescentando às unidades existentes novas linhas de liquefação (“trains”) que atingem 8 milhões de ton/ano. Em paralelo, como acentua o relatório da PWC, está em andamento uma pulverização da produção, com unidades de pequena escala, inclusive instaladas em navios, o que viabiliza a utilização de reservatórios de gás isolados ou de difícil acesso.
Na outra ponta da cadeia de suprimento, os terminais de regaseificação têm sua instalação facilitada por unidades montadas em plataformas offshore ou sobre navios, fugindo às restrições ambientais que vêm impedindo ou retardando a construção de terminais terrestres. Esta é a opção feita pelos técnicos brasileiros para o rápido recebimento de GNL em Pecém, no Ceará, e na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.
Um fator menos comentado, mas de grande significação na expansão do mercado de GNL, é a segurança em que se processam atualmente as operações de liquefação, transporte e regaseificação. Normas mais rigorosas, equipamentos e controles mais sofisticados e operadores de alto nível fizeram com que a memória de acidentes passados vá aos poucos se dissipando, e a confiança de usuários, empresários e financiadores no uso do GNL seja equivalente a de quaisquer outros combustíveis. No momento em que esta indústria se aproxima do Brasil, vamos nos assegurar que o que nos for entregue corresponda ao mais eficiente e seguro hoje disponível. (GasNet)
Entre as muitas informações sobre o momento atual do GNL no mundo, uma das mais recentes é um relatório feito pelos consultores da Pricewaterhouse Coopers (PWC), que indica uma grande participação do GNL na oferta adicional de gás que será criada até 2010. Nada menos que 40% do aumento no volume demandado será entregue por via marítima, e não pelos tradicionais gasodutos.
A razão principal do surpreendente aumento da capacidade de produção de GNL está no suprimento do mercado norte-americano. Desde a desativação dos quatro antigos terminais de regaseificação de GNL da costa atlântica, ocorrida em início da década de 90, a demanda americana vinha sendo atendida exclusivamente com a produção própria do país e importações do Canadá e México, via gasodutos. Ambas as fontes estão hoje estacionadas ou declinantes, em um momento em que aumenta a pressão para substituição do carvão por gás na geração elétrica – o Texas e a Califórnia são dois exemplos recentes destacados pela imprensa, mas vários outros Estados têm programas semelhantes. O GNL parece ser a solução mais fácil para balancear o mercado, e mais de vinte novos terminais se somarão aos quatro (já agora reativado) nos próximos anos.
Outro fator que impulsiona o GNL é, como diz Michael Hurley, da PWC, a compreensão de que o mercado de gás natural se afasta cada vez mais do esquema “predominantemente linear, de uma cadeia de suprimento fixa entre fornecedor e comprador”. Em parte por razões geográficas, que inviabilizam economicamente a solução gasodutos, em parte pela agressiva posição assumida recentemente por alguns produtores, como Rússia e Bolívia, ganha força em todo o mundo o chamado “modelo flexível ou desagregado”, em que o comprador tem a opção de alterar sua fonte de suprimento. Em função do GNL, o gás vai a caminho de se tornar uma “commodity” global, com preços internacionais estabelecidos em bolsas de mercadorias, e não sujeitos a variações arbitrárias de produtores dispostos a desligar suas estações de compressão.
Há também razões técnicas para o “boom” do GNL. Novos equipamentos estão permitindo o aumento rápido das instalações de liquefação, e produtores tradicionais, como Nigéria, Austrália e Qatar estão no momento construindo mega-parques, acrescentando às unidades existentes novas linhas de liquefação (“trains”) que atingem 8 milhões de ton/ano. Em paralelo, como acentua o relatório da PWC, está em andamento uma pulverização da produção, com unidades de pequena escala, inclusive instaladas em navios, o que viabiliza a utilização de reservatórios de gás isolados ou de difícil acesso.
Na outra ponta da cadeia de suprimento, os terminais de regaseificação têm sua instalação facilitada por unidades montadas em plataformas offshore ou sobre navios, fugindo às restrições ambientais que vêm impedindo ou retardando a construção de terminais terrestres. Esta é a opção feita pelos técnicos brasileiros para o rápido recebimento de GNL em Pecém, no Ceará, e na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.
Um fator menos comentado, mas de grande significação na expansão do mercado de GNL, é a segurança em que se processam atualmente as operações de liquefação, transporte e regaseificação. Normas mais rigorosas, equipamentos e controles mais sofisticados e operadores de alto nível fizeram com que a memória de acidentes passados vá aos poucos se dissipando, e a confiança de usuários, empresários e financiadores no uso do GNL seja equivalente a de quaisquer outros combustíveis. No momento em que esta indústria se aproxima do Brasil, vamos nos assegurar que o que nos for entregue corresponda ao mais eficiente e seguro hoje disponível. (GasNet)
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