Diante da queda da cotação do petróleo no mercado externo, a Petrobras poderia reduzir os preços cobrados pelos combustíveis internamente, o que seria um fator de baixa para a inflação, entretanto, como aparentemente a empresa está com problemas de caixa, e também por não ter aumentado os preços quando a defasagem era inversa, é pouco provável que eles reduzam os preços no curto prazo. A avaliação é do economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto. "Apesar disso, ainda podem ocorrer efeitos benignos na inflação, decorrentes dos preços de derivados que são utilizados como insumos na indústria. Ou seja, mesmo sem a queda dos combustíveis, a baixa dos preços do petróleo reduzem custos de produção de determinados setores e bens", disse.
O gerente da mesa financeira da Hencorp Commcor Corretora, Rodrigo Nassar, aposta que o governo não vai reduzir os preços frente a uma inflação comportada. "A Petrobras é a 'galinha de ouro do governo'. O governo não vai abrir mão dessa fonte de captação, ainda mais em meio a crise", acredita.
No entanto, para Nassar, a redução dos combustíveis teria impacto pequeno na inflação, pois o corte não seria totalmente repassado ao consumidor. "Só um aumento iria influenciar, mas isso não deve ocorrer tão cedo. A menos que o petróleo sofra outra disparada significativa", avalia.
Em meio a especulações sobre uma possível queda do preço dos combustíveis, o mercado acompanha atentamente os resultados da Petrobras. Para muitos especialistas, a estatal ainda não promoveu o ajuste por conta de problemas financeiros. Em 27 de novembro, a companhia chegou a desmentir a imprensa, informando que Plano de Negócios 2008-2012 prevê investimentos de US$112,4 bilhões (média anual de US$ 22,5 bilhões), com necessidade de captações médias anuais de US$ 4,0 bilhões.
Por conta disso, desde então a companhia vem tomando empréstimos e também emitindo bônus - a oferta de US$ 1,5 bilhão em títulos do tipo "Global Notes" concluída quarta-feira pela Petrobras teve uma demanda 3,5 vezes superior ao seu volume final e foi destinada a mais de 230 investidores, a maioria oferecida ao mercado de renda fixa de empresas com grau de investimento (Fonte: Gazeta Mercantil / InvestNews, 2009-02-13).
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