segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Brasil fecha mercado para estatal venezuelana


O Governo do Brasil não vai deixar a estatal de petróleo venezuelana PDVSA entrar no mercado de distribuição de combustíveis na Região Nordeste do país, como é intenção da companhia. Nesta sexta-feira, o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, deixou clara essa posição brasileira, argumentando que se a PDVSA entrasse na venda de combustíveis, principalmente de óleo diesel, acabaria com o mercado de distribuição no Nordeste.


Com essa posição do Brasil ficará difícil a PDVSA se associar com a Petrobras na construção da refinaria Abreu Lima, em Pernambuco, como estava sendo negociado entre os dois países e as duas empresas há três anos. O ministro Edison Lobão disse, no Rio de Janeiro, que o governo brasileiro não vai aceitar a intenção da PDVSA de vender a sua parcela de combustíveis na região Nordeste do Brasil. Segundo ministro, se a PDVSA vender óleo diesel como pretende, destruiria totalmente o mercado brasileiro de distribuição de combustíveis no Nordeste, pois eles venderiam a preços muito baixos.


"A Venezuela quer levar o diesel para vender para onde quiser, para a própria Venezuela ou outros países, ou então vender no Brasil diretamente. E nós não aceitamos essa venda lá no Pernambuco e no Nordeste, porque será uma competição que vai fechar muitas distribuidoras. Vai quebrar nossas distribuidoras porque vão vender a preços de banana" - destacou o ministro.

A Petrobras e a PDVSA discutem a sociedade na refinaria já há três anos, pela qual a Petrobras ficaria com 60% do negócio e a PDVSA com os outros 40%. A refinaria Abreu Lima terá capacidade para processar 300 mil barris por dia de petróleo pesado, dos quais metade serão da produção nacional da Petrobras e a outra metade viria da Venezuela. Outro ponto polêmico em discussão é em relação aos preços de venda do petróleo da PDVSA para a refinaria. A estatal venezuelana quer fixar preços para o petróleo bem acima das cotações internacionais.


O ministro Edison Lobão disse que a decisão final sobre a participação ou não da PDVSA na refinara de Pernambuco será definida em reunião no próximo dia 17 de fevereiro.


"A PDVSA ainda não entrou no projeto da refinaria. Só tem acordo de intenções assinado. Ainda não se fez um acordo definitivo, o que deve ocorrer no dia 17 de fevereiro, (quando) vamos fechar o acordo ou não fechar mais" - concluiu o ministro (Fonte: Jornal Dia Dia, 2009-02-01).

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