Empresas que atuam em Angola encaram com otimismo 2009, apesar da crise e da queda do preço do barril de petróleo e de um cenário traçado pelo Banco Mundial que aponta para um recuo da economia angolana.
Olivier Langavant, diretor geral da Total-Angola, uma das mais importantes petrolíferas do país, disse que a sua empresa encara uma “situação de crise”, mas garantiu que “não estão em causa quaisquer cortes importantes” nos investimentos. “A realidade atual é que estamos numa situação de crise com os baixos preços do petróleo e estamos agora a ver de forma muito restrita todos os investimentos que temos”, declarou.
Contudo, Langavant afirmou que a Total-Angola não prevê “cancelar os investimentos maiores” e os de caráter social, embora esteja “a rever tudo como todas as companhias”. A produção de referência da Total Angola é acima de 500 mil barris/dia.
Langavant que os grandes investimentos, como o projeto Paz Flor, de cerca de US$ 9 bilhões, com dezenas de poços de petróleo que deverão começar a produzir em 2011, “não serão afetados”.
Contração
A economia angolana pode contrair-se em 2009, pela primeira vez nos últimos anos, devido ao recuo "dramático" das receitas petrolíferas, alertou o relatório de janeiro do Banco Mundial.
O estudo indica que a quebra nominal do PIB pode atingir 17% em relação a 2008, com a média anual do preço do petróleo a US$ 50 e o setor não-petrolífero crescendo 10% ao ano, e 23% num cenário do barril a US$ 40. "Em qualquer cenário", aponta ainda o BM, "o governo vai perder receitas em relação a 2008" e a quebra pode atingir os 50%, num cenário "pessimista" de petróleo a US$ 40 e um corte de produção de 13%.
Apesar deste cenário pessimista, José César Macedo, presidente do Conselho de Administração da Lactiangol, empresa de lacticínios angolana, o reflexo da crise na atividade da empresa “ainda não deu sinais”. “Pelo contrário", explicou Macedo, "o setor não demonstra sinais da crise porque, neste momento, a acompanhar um aumento constante da produção de leite em Angola, o preço da matéria prima importada tem baixado, ao mesmo tempo que o mercado nacional ainda apresenta uma procura superior à oferta” (Fonte: Agência Lusa, 2009-02-04).
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