O administrador executivo da Galp Energia, Ferreira de Oliveira, admitiu sexta-feira, na Batalha, que a empresa poderá vir a iniciar a perfuração da costa portuguesa dentro de dois anos se os prospectos petrolíferos já identificados forem de suficiente dimensão. "Eu já vi com os meus olhos prospectos a três, quatro quilómetros. Não quer dizer que são reservas ou recursos. São indicações de que possam existir", afirmou o responsável no jantar-conferência promovido pela Liga de Amigos da Casa-Museu João Soares, que reuniu sobretudo empresários.
Ferreira de Oliveira explicou que a empresa participa em consórcios "com uma área de concessão de 21 mil quilómetros quadrados, que vai desde a zona do Sul Alentejo até Espinho, entre 30 a 90 quilómetros da costa".
Neste momento, a Galp Energia está a fazer a "ecografia da terra", adiantou o administrador, lembrando que este trabalho deve terminar no final do ano. "Se os prospectos identificados por essas ecografias, no sentido simbólico, forem de suficiente dimensão que justifiquem a sua perfuração, nós estaremos a perfurar na costa portuguesa entre 2010 e 2012", declarou.
Ferreira Oliveira acrescentou que "cada furo custa entre 50 a 100 milhões de euros" e que "pode não ser produtivo".
Referindo-se depois ao preço dos combustíveis, o administrador executivo da Galp Energia reconheceu que o consumidor se irrita quando este aumenta, mas atribuiu a situação ao facto de este ser "um mercado de tanta liquidez, em que flutuações nos preços são transmitidas instantaneamente".
Ferreira de Oliveira destacou que "não há outro produto transaccionado na economia portuguesa que esteja tão exposto à economia global como o são os produtos petrolíferos".
O administrador executivo da Galp lembrou ainda que quando os preços dos combustíveis aumentam, os operadores do sector perdem "porque a procura reduz-se", além de que as empresas "não conseguem transmitir todo o seu aumento de custo".
Ferreira de Oliveira reconheceu, por outro lado, que "quando os preços descem as empresas são mais lentas a transferir como compensação a redução ao consumidor".
Abordando o tema "O mercado energético, a racionalidade da concorrência entre combustíveis e a sua implicação na competitividade das empresas", o responsável foi confrontado pela assistência com o tema da energia nuclear. "Estamos condenados um dia a usar a energia nuclear", salientou, confessando que gostaria de ver o assunto debatido (Fonte: Exame Expresso, 2009-02-07).
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