A costa de Aveiro volta a ser referida nos planos da Galp Energia na busca de petróleo, numa área entre o Alentejo e Espinho, onde poderão arrancar trabalhos de perfuração no mar.
A zona da costa aveirense está concessionada a consórcios nos quais participa a Galp Energia cujo administrador executivo, Ferreira de Oliveira, admitiu na passada sexta-feira que poderá vir a iniciar a perfuração dentro de dois anos se os prospectos petrolíferos já identificados forem de suficiente dimensão.
Ferreira de Oliveira explicou que a empresa participa em consórcios “com uma área de concessão de 21 mil quilómetros quadrados, que vai desde a zona do Sul Alentejo até Espinho, entre 30 a 90 quilómetros da costa”. Os documentos que já observou não são completamente esclarecedores. “Eu já vi com os meus olhos prospectos a três, quatro quilómetros. Não quer dizer que são reservas ou recursos. São indicações de que possam existir”, afirmou o responsável. Tudo depende das próximas análises. “Se os prospectos identificados por essas ecografias, no sentido simbólico, forem de suficiente dimensão que justifiquem a sua perfuração, nós estaremos a perfurar na costa portuguesa entre 2010 e 2012”, declarou.
Neste momento, a Galp Energia está a fazer a “ecografia da terra”, adiantou o administrador, lembrando que este trabalho deve terminar no final do ano. Ferreira Oliveira acrescentou que “cada furo custa entre 50 a 100 milhões de euros” e que “pode não ser produtivo”. Em 2006, um consórcio formado pela Galp Energia, a Partex e a petrolífera Petrobras anunciou “estudos geológicos e geofísicos preliminares para obter indicações sobre o potencial de existência de petróleo em quantidade que justifique a exploração comercial” ao largo da costa de Aveiro até Sintra. Seria uma pesquisa em várias áreas situadas no mar, a cerca de 60 quilómetros da costa, em águas que vão até três mil metros de profundidade. O consórcio internacional que anunciou um investimento de quatro milhões de euros, para esta fase, pretendia procurar petróleo em águas profundas ao largo da costa portuguesa, entre Aveiro e Sintra, segundo um acordo assinado no Rio de Janeiro.
Hélder Spínola, presidente da associação ambientalista Quercus, declarou na altura que na fase de prospecção de petróleo “não são importantes as preocupações ambientais”. No entanto, adiantou o ambientalista, que “se a exploração do petróleo se mostrar economicamente viável”, a situação “vai ser ambientalmente preocupante”. Se se chegar a essa fase, Hélder Spínola defende a realização de “avaliações de impacto ambiental, para prevenir eventuais danos na fauna e flora dessa região” (Fonte: Diário de Aveiro, 2009-02).
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