A Petrobras vai retomar seus investimentos na Bolívia, paralisados durante o ano passado por causa da nacionalização das reservas de gás e petróleo no país. A afirmação é do ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas. Segundo ele, durante a visita do presidente boliviano Evo Morales ao Brasil na semana passada, os executivos da estatal brasileira anunciaram que a Bolívia está em seu plano de investimentos para este ano.Em 2006, a Petrobras congelou seus investimentos na Bolívia depois que Evo Morales decretou a nacionalização de uma filial da empresa e anunciou a reestatização do setor. Villegas acrescentou que a Petrobras prevê investimentos internacionais de cerca de US$ 23 bilhões em 2007 num plano “que incorpora investimentos importantes na Bolívia tanto para pesquisa quanto para exploração e industrialização” do setor. Sem mencionar números, o ministro informou que a companhia brasileira discute com a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) um projeto para instalar na Bolívia uma fábrica para produzir biodiesel. Outro projeto em estudo que tem o respaldo da Petrobras é a instalação de um pólo petroquímico na Bolívia, com investimento da empresa brasileira Braskem - maior petroquímica da América Latina, controlada pelo Grupo Odebrecht. Este projeto, cujo volume de investimento é de US$ 1,4 bilhão, será analisado entre as partes nas primeiras semanas de março em La Paz. O encontro é resultado do acordo fechado entre os governos brasileiro e boliviano, a partir do qual aceitou pagar mais por uma parte do gás importado. Os gases nobres, agora pagos à parte, podem ser industrializados. A Braskem está de olho no etano presente neste gás, matéria-prima para a produção de polietileno.O investimento da Braskem seria uma parte do programa de industrialização do gás natural que pretende ser impulsionado pelo governo Evo Morales como segunda parte do projeto de nacionalização do setor de petróleo e gás iniciado em maio do ano passado, disse Villegas.Um funcionário do ministério informou que a Braskem fez uma apresentação preliminar do projeto durante a visita de Evo a Brasília. Neste encontro, teria ficado acertado a participação da YPFB no negócio. “Como foi uma apresentação muito ampla, decidimos que na primeira ou segunda semana de março a Braskem viria à Bolívia e faria uma apresentação para que o governo conheça os aspectos técnicos, econômicos e financeiros”, disse Villegas.O gás natural será o principal produto boliviano de exportação, cuja previsão de ingressos com a venda deve alcançar US$ 2 bilhões em 2007, embora ainda sem valor agregado. A industrialização do gás passou a ser prioritária para Evo.“Vamos ter dados muito mais concretos ao longo do mês de março para avaliar se optamos ou não por esse empreendimento de industrialização”, afirmou o ministro.A YPFB avança paralelamente nas definições dos detalhes dos projetos de industrialização do gás natural que tem em sociedade com as estatais do petróleo da Argentina (Enarsa) e Venezuela (PDVSA). (Agência Estado)
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