terça-feira, 18 de março de 2008

São Tomé e Príncipe: Chineses investigam possibilidade de investimento em infra-estrutura e petróleo


Empresários da China estão a pesquisar o mercado de São Tomé e Príncipe com o objectivo de investirem, sobretudo em infra-estruturas e petróleos, noticiou sábado o jornal são-tomense Correio da Semana.


Apesar de corte de relações diplomáticas há dez anos devido ao reconhecimento diplomático de Taiwan por parte das autoridades são-tomenses, o jornal revelou a passagem nas duas últimas semanas de delegações da China a nível empresarial pela capital de São Tomé e Príncipe com a missão de sondar o mercado numa perspectiva de investimentos no arquipélago.


“São sobretudo homens de negócios que estão a fazer sondagens sobre as oportunidades de investimento em São Tomé e Príncipe. Ao que parece estarão interessados nos sectores das infra-estruturas e do petróleo”, pode ler-se no semanário, que confirmou a presença de dois grupos empresariais chineses, há dias, em São Tomé no âmbito da referida prospecção do mercado.


Além de ter noticiado que ainda não foram formalmente apresentados “projectos concretos” por parte dos empresários chineses, o Correio da Semana, citando fontes oficiais, escreveu que uma equipa da engenharia de Pequim está interessada na construção de um porto em águas profundas no arquipélago são-tomense.


A República Popular da China decidiu em Maio de 1997 suspender relações de mais de 20 anos com São Tomé e Príncipe devido ao estabelecimento de relações oficiais com Taiwan.


A China nunca reconheceu Taiwan como um Estado soberano, considerando-a parte do seu território.


Além do jornal Correio da Semana, uma revista são-tomense, O Parvo, publicou um artigo segunda-feira intitulado de “Namoro diplomático à China Popular”, numa alusão à visita que o presidente do parlamento de Angola, Roberto de Almeida, efectuou na última semana a São Tomé e Príncipe no âmbito da cooperação bilateral.


A revista admitiu que a presença do dirigente angolano em São Tomé estaria também ligada às informações veiculadas pela “newsletter” África Monitor de que Angola está a apoiar a iniciativa da China para que as relações bilaterais com São Tomé e Príncipe sejam retomadas.


Na sexta-feira, numa entrevista à televisão são-tomense, TVS, o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, disse que “não consideramos a China uma adversária ou inimiga", tendo acrescentado que “se os nossos comerciantes tiverem a possibilidade de comprar produtos na China, isto não constituirá problema nenhum”.


Além de ter convidado São Tomé e Príncipe a participar nos jogos da lusofonia e no fórum de cooperação económica China-África, a petrolífera chinesa Sinopec ganhou o direito de operar num dos blocos de petróleo numa zona de exploração conjunta entre o arquipélago são-tomense e a Nigéria (Fonte: Macauhub, 2008-03-18).

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