Os campos de petróleo do Rio Grande do Norte serão beneficiados por uma medida da Agência Nacional do Petróleo (ANP) que altera a cobrança e a alíquota da Participação Especial (PE). A taxa governamental - que hoje só incide sobre os campos de grande produção de gás natural e petróleo - passaria a ser cobrada também para os campos de grande rentabilidade como é o caso do RN. O diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, anunciou as mudanças esta semana propondo também que o aumento da alíquota que atualmente varia de 10% a 40% sobre a receita líquida do campo.
A justificativa da ANP para que as modificações na PE sejam implementadas é o grande aumento nos preços do petróleo. Segundo Lima, todos os países produtores de petróleo modificaram sua alíquotas das taxas governamentais desde que a PE foi instituída pelo Decreto nº 2.705/98, exceto o Brasil. Os estudos serão entregues em cerca de 60 dias ao Ministério das Minas e Energia.
Para o deputado federal Betinho Rosado, o anúncio da ANP corrige uma injustiça que estava sendo cometida com o Rio Grande do Norte com relação a Participação Especial. De acordo com ele, a participação da rentabilidade estava prevista na Lei nº 9.478 desde 1997, sendo sugerida pelo parlamentar potiguar. No entanto, o RN ficou para trás, perdendo espaço para estados como o Rio de Janeiro, quando a ANP estabeleceu as normas priorizando apenas o critério do volume de produção.
‘‘Por isso, o Rio de Janeiro recebe 8 centavos por barril produzido enquanto o RN recebe apenas 3. E a qualidade do petróleo extraído em Campos é baixo, tanto que nenhuma refinaria brasileira trabalha com o produto. A margem bruta do petróleo de Campos é menor que 60 dólares, enquanto no RN é de 90 dólares. E mesmo assim, a Participação Especial do RN é menor. Isso era uma absoluta injustiça’’, declara.
Rosado calcula que, com a mudança, o estado receberá cinco vezes mais de PE. Atualmente, o Rio Grande do Norte arrecada R$ 30 milhões anuais com os recursos da taxa e passaria para R$ 150 milhões ao ano, além de mais R$ 150 milhões oriundos dos royalties. O deputado federal acredita que, dentro de 90 dias, estes recursos comecem a ser repassados para o estado já que o prazo da ANP para entrega dos estudos é de dois meses.
Diante da mudança, Betinho Rosado ainda sugere que a governadora Wilma de Faria juntamente com a bancada política potiguar em Brasília se mobilizem para que o RN não seja prejudicado novamente. ‘‘Precisamos marcar uma audiência com a ANP para cobrar o que é nosso. É necessária uma intervenção para que a lei contemple as peculiaridades do estado’’. Segundo Betinho, entre características estão a produção em terra e a existência de poços de baixa vazão com pequenos volumes produzidos, mas com custos mais baratos (Fonte: Diário de Natal, 2008-03-17).
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