domingo, 9 de março de 2008

Portugal e Venezuela prosseguem com acordo de cooperação econômica e energética


O presidente da entidade venezuelana para a aquisição de produtos agro-alimentares inicia segunda-feira uma visita a Lisboa para negociações com empresas do sector, no âmbito do futuro acordo de cooperação económica e energética entre os dois países.


Georges Kabboul, presidente da Bariven-Pdvsa, vai começar por reunir-se, segunda-feira, com o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, Fernando Serrasqueiro, iniciando depois contactos com empresas com vista à celebração de contratos para fornecimentos portugueses à Venezuela.


Segundo o Ministério da Economia, que divulgou a informação, a agenda da reunião dos dois responsáveis contempla nomeadamente a questão da inclusão do azeite, do bacalhau e de equipamentos de padaria na lista de produtos que podem ser importados pela Venezuela.


O comunicado refere que esta questão tem vindo a ser colocada recorrentemente às autoridades venezuelanas por Fernando Serrasqueiro com o objectivo de aproveitar o momento de relançamento das relações económicas bilaterais para "dar cumprimento aos interesses da comunidade portuguesa na Venezuela".


No início de Fevereiro, Portugal e Venezuela assinaram em Lisboa um protocolo que cria condições para que as exportações portuguesas para este país possam ser multiplicadas por 10 até ao montante das importações de petróleo de empresas portuguesas.


"Através deste protocolo, que será seguido por um acordo entre os dois governos, Portugal cria condições para vender à Venezuela produtos diversificados num montante até às importações de petróleo de empresas portuguesas", explicou então o ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho.


Na ocasião, Pinho indicou que a Galp Energia estima que em 2008 as exportações de petróleo da Venezuela possam ultrapassar os 300 milhões de dólares (202,7 milhões de euros), quando o valor de exportações de Portugal para a Venezuela é actualmente de apenas cerca de 20 milhões de euros, pelo que o acordo visa equilibrar a balança comercial, a prazo, entre os dois países.


A Venezuela definiu como uma das áreas prioritárias os produtos alimentares, com destaque para o leite, mas de acordo com o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira, Portugal não tem bens alimentares excedentários para vender à Venezuela em troca de petróleo.


"Portugal é apenas excedentário em vinho, mas não me parece que seja um bem de primeira necessidade para a Venezuela", disse Luís Mira em declarações à Agência Lusa em finais de Fevereiro.


O acordo formal entre os dois governos será assinado durante a visita do primeiro-ministro português, José Sócrates, a Caracas, prevista para Abril (Fonte RTP, 2008-03-09).

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