A proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para criar uma empresa mediante uma aliança das petroleiras brasileira e mexicana, foi rejeitada pela esquerda mexicana, mas bem aceita pelo governismo e pela oposição de centro.
Claudia Sheinbaum, colaboradora do opositor Andrés López Obrador, ex-candidato de esquerda nas eleições de julho de 2006, afirmou ser "anticonstitucional que qualquer empresa estrangeira, sendo do Brasil, Noruega, Estados Unidos ou Inglaterra, explore petróleo em nosso território". Mas o líder da bancada do opositor Partido Revolucionário Institucional (PRI, de centro), Manlio Fabio Beltrones, afirmou que não pode "se jogar fora nenhuma idéia que gire sobre uma proposta", como a do presidente Lula. "O que lamento muito é que estejamos falando de uma proposta imaginativa de um presidente e não do presidente do México, mas do Brasil", disse Beltrones. O presidente do governante Partido Ação Nacional (PAN, direita), Germán Martínez, disse que "são bem-vindas todas as experiências, incluindo a da Petrobras, que é uma empresa pública" para "fortalecer a Petróleos Mexicanos (Pemex)".
A proposta de Lula, que foi feita durante uma missão de funcionários mexicanos ao Brasil, que incluiu o ministro da Economia, Eduardo Sojo, foi lançada no momento em que o México debate uma reforma energética, ainda que esta não tenha sido enviada ao Executivo do Congresso. López Obrador fez do tema sua nova bandeira e convocou uma ampla mobilização de protesto ao denunciar que a iniciativa prevê "a privatização do petróleo mexicano", mediante a "contratos de risco", um tema que é tabu no país.
O advogado Rogelio López-Velarde, especialista na área petroleira, entrevistado hoje pelo jornal Reforma, afirmou que a Constituição proíbe qualquer esquema de participação em hidrocarbonetos com uma companhia diferente à estatal, mas não impede a criação de uma "empresa paralela" fora do território nacional mediante a uma aliança com uma companhia estrangeira (Fonte: ANSA, 2008-03-29).
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