A produção estagnada e o consumo aquecido estão balançando o saldo comercial brasileira do petróleo. Em janeiro, as exportações despencaram 48,6% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo último dado disponível da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Foram mandados para fora do País 7,6 milhões de barris do produto, enquanto as importações somaram 9,8 milhões de barris, segundo a ANP.
A produção da Petrobras recuou pelo segundo mês consecutivo em fevereiro, conforme anunciou a própria companhia no final da semana passada. E em 2007 o País perdeu a condição de auto-suficiente, segundo o critério da reguladora pelo qual importações são os volumes embarcados para o Brasil (a Petrobras considera apenas a carga já disponível trazida do exterior). Analistas manifestam preocupação com a demora da empresa em recolocar a produção em compasso com o ritmo da economia brasileira.
"É um cenário que preocupa no curto prazo principalmente quando os preços estão subindo e a empresa está deixando de exportar, deixando de ganhar", avalia o analista Luiz Otávio Broad, da Ágora Corretora. Em 2007, o Brasil importou 160 milhões de barris e exportou 153 milhões de barris. A diferença foi de US$ 3 bilhões, no vermelho.
O especialista Jean Paul Prates destacou que a tendência do País é exportar cada vez mais gasolina no lugar de petróleo. A Petrobras está adaptando suas refinarias ao óleo pesado de Marlim, o que facilita o processamento do óleo e agrega valor ao produto exportado. As vendas de gasolina ao exterior cresceram 12% em janeiro e 30% no ano passado. Mas a disparada nas importações de diesel reduziu efeito da gasolina. No saldo final, as importações de derivados de petróleo superaram as exportações em quase US$ 1 bilhão.
A estagnação na produção de petróleo está se refletindo também nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A indústria extrativa, que tem como maior produto o petróleo, perdeu peso no Produto Interno Bruto PIB) no ano passado, enquanto a economia cresceu 5,4%.
A Petrobras deve reverter o cenário de déficit do petróleo nos próximos meses. Cinco plataformas que entraram em produção no ano passado, segundo a companhia, vão passar a produzir em plena capacidade. Serão mais 500 mil barris por dia, média de 15 bilhões por mês.
As plataformas P-52 e P-54 vão produzir 180 mil barris na Bacia de Campos. Piranema mais 20 mil barris e Cidade de Vitória, no campo de Golfinho, no Espírito Santo, 100 mil barris. A plataforma Cidade do Rio deve entrar com mais 100 mil barris, no campo de Espadarte. A corrida é recolocar a produção declinante dos outros campos, que em média recua em 10% a cada ano.
As plataformas P-52 e P-54 vão produzir 180 mil barris na Bacia de Campos. Piranema mais 20 mil barris e Cidade de Vitória, no campo de Golfinho, no Espírito Santo, 100 mil barris. A plataforma Cidade do Rio deve entrar com mais 100 mil barris, no campo de Espadarte. A corrida é recolocar a produção declinante dos outros campos, que em média recua em 10% a cada ano.
Além das cinco plataformas que vão passar a operar a plena capacidade, outras cinco entrarão em operação, com mais 500 mil barris diários. Mas, como as outras que só poderão produzir meses e meses depois, estas novas plataformas deverão fazer efeito na produção brasileira somente em 2009.
A produção de petróleo da Petrobras no Brasil em fevereiro caiu 0,25% ante janeiro e cresceu apenas 1% em um ano. No mês passado, a produção média diária foi de 1,821 milhão de barris, contra 1,826 milhão registrado em janeiro. A Petrobras já havia apresentado queda de 1,5% na produção do primeiro mês do ano em relação a dezembro, justificada pela transferência de uma plataforma de um campo para outro e pela manutenção de um oleoduto no Nordeste (Fonte: Invertia, 2008-03-24).
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