O chefe da diplomacia timorense, Zacarias da Costa, assegurou nesta segunda-feira que a China poderá ser a construtora do gasoduto para o Timor Leste, mas ressalvou a necessidade de negociar com a Austrália.
Zacarias da Costa, recém-chegado de uma visita pela China, falava à Agência Lusa à margem da primeira sessão de seguimento da reunião de doadores no ministério das Relações Exteriores, em Díli.
“A viagem à China foi um sucesso, nem esperava tanta abertura em todos os domínios,” declarou, valorizando as “garantias incondicionais” recebidas para o apoio ao desenvolvimento do Timor Leste.
Segundo Zacarias da Costa, “o presidente (Hu Jintao) reconheceu publicamente que Timor Leste é um país rico em petróleo, gás e recursos naturais que interessam à China”.
E Timor Leste também “está interessado numa parceria estratégica como a China”, acentuou, lembrando que os negócios nortearam o seu deslocamento de uma semana.
“Foi discutida a possível cooperação chinesa no setor” dos hidrocarbonetos, com “o envolvimento de capitais chineses para o seu desenvolvimento”, indicou.
“Este envolvimento poderá passar pela construção do gasoduto para Timor Leste, se for possível negociar com a Austrália, e pelo estabelecimento de uma zona de apoio em Suai (sul)”, acrescentou.
Estão ainda em jogo “refinarias e de toda a infra-estrutura necessária ao setor, onshore e ofshore”.
Zacarias da Costa acentuou a necessidade de o Timor Leste contar com outros “parceiros estratégicos fortes, quer dizer, com bastante 'cash' (liquidez)”.
O ministro das Relações Exteriores lembrou que o país “já tem um grande parceiro estratégico, a Petronas, da Malásia, bem como um bom grupo de apoio na Coreia do Sul, liderado pela Korgaz”.
Em 2002, realçou, a Petrochina enviou uma missão à região, para um levantamento e estudos onshore. Na época, foi celebrado um acordo bilateral, estando prevista para breve a deslocação de uma nova missão empresarial chinesa ao Timor Leste, com o objetivo de discutir com o governo o envolvimento no setor, adiantou o chefe da diplomacia timorense.
Zacarias da Costa apontou que a cooperação no setor das infra-estruturas também foi tratada e, proximamente, chegará a Díli o ministro do Comércio chinês, com a tutela de grandes obras no estrangeiro.
O setor do turismo também foi abordado porque “a China gostaria de entrar, através de uma maior presença dos seus operadores”, citou. Zacarias da Costa valorizou ainda a exportação de mais de uma centena de produtos timorenses para a China, fruto de um acordo bilateral assinado em 2008 (Fonte: Agência Lusa, 2009-06-15).
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