Pelo terceiro ano seguido, a Petrobras vê ameaçada sua meta de produção diária de óleo. Depois de divulgar, na sexta-feira, que sua produção média de junho ficou 3,2% menor do que a de maio, analistas do setor elaboraram relatórios destacando a dificuldade que a estatal enfrentará para atingir a meta prevista para o ano, na casa dos 2,05 milhões de barris por dia.
O analista do Banco do Brasil, Nelson Rodrigues de Mattos, calcula que para atingir a meta a Petrobras terá de registrar produção média de 2,142 milhões de barris/dia ao longo de todo o segundo semestre. Isso representa aumento de 15,5% em relação ao mesmo período no ano passado. Apenas assim a produção média do primeiro semestre, de 1,958 milhão de bpd, seria compensada.
Para ele, o cumprimento da meta para este ano está diretamente relacionado ao "ritmo de conexão" dos 50 poços produtores ou injetores previstos nos projetos das plataformas P-53, P-51 e FPSO Cidade de Niterói, nos Campos de Marlim Leste e Marlim Sul, na Bacia de Campos. As unidades começaram a operar entre o fim do ano passado e início deste ano, e ainda estão longe de atingir seu pico de produção. Como não acredita ser possível reverter a situação a tempo, Mattos já projeta uma nova média, de 2 milhões de bpd para o ano.
Segundo o analista Emerson Leite, do Credit Suisse, para conseguir atingir a média que compensaria o desempenho menor no primeiro semestre, a Petrobras teria de ter uma "rampa crescente" de produção nos próximos meses. "Assumida essa rampa crescente, a estatal poderia atingir "deslumbrantes" 2,3 milhões de bpd no fim de 2009, o que não parece realista dada a fraca capacidade definida para ser adicionada nos próximos meses." (Fonte: Último Segundo - IG / Agência Estado, 2009-07-21).