terça-feira, 8 de setembro de 2009
Investidores temem incertezas de novas regras para pré-sal
Conheça regras do pagamento de royalties do petróleo
LLX deve apoiar produção de petróleo em Campos
Veja o que já foi anunciado sobre as regras do petróleo do pré-sal
Novas normas para o pré-sal podem mexer com 20% das receitas do Rio, diz secretário
Especialista no mercado de petróleo diz que é importante analisar relação entre gás e eletricidade
domingo, 30 de agosto de 2009
Entenda como funciona o pagamento de royalties do petróleo no Brasil
Pela lei vigente, os royalties são pagos em todos os campos de petróleo, com alíquotas que variam de 5% a 10%, dependendo da dificuldade enfrentada pela empresa que explora determinada área. Além dos royalties, existe também uma compensação chamada "participação especial", paga em áreas com alto potencial de produção e rentabilidade.
As regras para a remuneração estão em discussão à medida que se aproxima a data dedivulgação do marco regulatóro do pré-sal, na próxima segunda-feira (31). Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro, estado que concentra boa parte dos royalties do petróleo no país, reúne-se com o presidente Lula neste fim de semana para tentar evitar perda de arrecadação.
O governo federal já sinalizou que, como a questão dos royalties pode causar desgaste político, é possível que, ao menos temporariamente, as regras atuais sejam mantidas para os poços ainda não licitados do pré-sal. Os debates sobre o tema devem se estender ao longo do fim de semana, em Brasília.
O G1 preparou perguntas e respostas sobre o tema. Entenda os principais pontos:
O que são royalties?
Qual é o valor dos royalties atualmente?
Como é feito o pagamento?
Como é definido o percentual cobrado em royalties?
Como são definidos os estados e municípios que recebem royalties?
Os estados em que ficam os campos de petróleo (no caso de exploração em terra) ou que estão localizados em frente à área marítima onde a exploração está sendo feita são beneficiados pelos royalties. No caso dos municípios, são beneficiados aqueles direta ou indiretamente afetados pela atividade de produção do petróleo e também os localizados a um determinado distância do local onde o petróleo é extraído. Essa área é determinado por uma metodologia específica, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
No caso de petróleo extraído no mar, para campos de petróleo com alíquota superior a 5%, que representa a maioria dos casos, segundo a ANP, a divisão é a seguinte: 25% para o Ministério da Ciência e Tecnologia; 25,5% para os estados localizados de frente para a área para onde estão os poços; 25,5% para os municípios que ficam próximos da área onde estão os poços; 15% para o Comando da Marinha; 7,5% para o Fundo Especial (estados e municípios); e 7,5% para municípos afetados por operações ou instalações de embarque e desembarque de óleo.
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
O que é participação especial?
Quem recebe este dinheiro?
Dos recursos restantes, 10% são destinados ao Ministério do Meio Ambiente; 40% aos ficam com os estados produtores ou próximos à plataforma continental onde a produção ocorrer; e 10% aos municípios produtores ou localizados nas áreas próximas à área de produção de petróleo (Fonte: G1 - Globo, 2009-08-28).
Exclusividade da estatal incomoda petroleiras
Venda de combustíveis bate recorde em julho
Governo tenta nesta quarta definir sobre royalties do pré-sal
Investimento na exploração ascende a 550 milhões até 2011
Petróleo vai continuar como 'alavanca de investimento' no Rio, diz IBP
sábado, 29 de agosto de 2009
BG não encontra petróleo nem gás em poço perfurado com a Petrobras na Bacia de Santos
A britânica BG Group afirmou que um poço perfurado em conjunto com a Petrobras na costa brasileira não contém hidrocarbonetos, apesar de um exame inicial ter sugerido a presença de gás. Uma porta-voz da BG afirmou, nesta segunda-feira, que, apesar de o poço Corcovado-2, no bloco BM-S-52, não ter correspondido às expectativas, a BG ainda está avaliando os resultados e planeja continuar perfurando em outro local no bloco.
As ações da BG, que estavam em queda devido a rumores de que a companhia estava informando alguns investidores selecionados sobre o resultado dos trabalhos no poço, recuaram mais. A porta-voz da BG negou que qualquer investidor tenha recebido informação privilegiada, afirmando que todos os investidores e analistas que buscaram informações sobre o poço as receberam.
Este foi o segundo grande revés nos últimos dois meses na exploração da promissora camada pré-sal brasileira, que pode conter dezenas de bilhões de barris de petróleo. Em julho, um consórcio Exxon Mobil, Hess Corp e Petrobras completou os trabalhos no poço chamado Guarani, no bloco BM-S-22 da Bacia de Santos, e não encontrou petróleo. À época, a Petrobras divulgou comunicado a respeito do Bloco BM-S-22, reconhecendo o risco de poço seco, mas considera improvável a ocorrência em blocos do pré-sal operados por ela.
Esses problemas podem comprometer a argumentação do governo de que não há risco exploratório no pré-sal brasileiro, máxima que tem sido citada como justificativa para uma mudança na regulamentação do setor de petróleo para elevar os ganhos do Estado.
Entre os desafios da produção na camada pré-sal, segundo especialistas, estão a elevada pressão, a movimentação da camada de sal, que será atravessada pelos dutos, e o relativo desconhecimento do tipo de rocha que guarda o petróleo. Há também grande volume de gás natural e de gás carbônico no local.
Além dos dois poços secos na região, a Petrobras também suspendeu em julho o TLD (Teste de Longa Duração) de Tupi, campo que pode conter até 8 bilhões de barris recuperáveis (ou seja, que podem ser extraídos) de petróleo, após problemas no equipamento chamado árvore de natal molhada, que será substituído. O teste ainda não foi retomado.
A BG tem participação em vários blocos na camada pré-sal, e o sucesso nas perfurações até recentemente ajudou a impulsionar suas ações (Fonte: O Globo - Globo / Reuters, 2009-08-24).
México quer acordo Petrobras-Pemex para aumentar produção
Uma aliança entre a empresa mexicana de petróleo Pemex, que detém o monopólio no país, e a Petrobras seria um "importante e fundamental" caminho para ajudar a melhorar a produção do produto no México, afirmou neste sábado um senador do partido governista em entrevista publicada em um jornal.
Na semana passada, o presidente do México, Felipe Calderón, afirmou, durante viagem ao Brasil, que estava interessado em um acordo com a Petrobras para aumentar a produção petrolífera de ambos os países.
"Essa aliança com a Petrobras seria importante e fundamental. A atual legislação permite isso e seria bom criá-la agora", afirmou ao El Universal o senador Ruben Camarillo, do Partido da Ação Nacional, que também é secretário da comissão de energia do Senado.
A produção da Petrobras aumentou nos últimos anos, enquanto a Pemex tem enfrentado dificuldades com a queda da produção e o encolhimento das reservas.
A diminuição na produção de petróleo é uma grande ameaça às finanças do governo mexicano, que depende dos impostos petrolíferos para formar cerca de 40 por cento do orçamento federal.
A Constituição mexicana limita o investimento estrangeiro na indústria energética do país, mas algumas parcerias com a Pemex são permitidas, contanto que não envolvam companhias que sejam pagas com uma fatia dos lucros.
A Pemex espera aumentar a produção de petróleo para 2,65 milhões de barris por dia até o final desde ano, acrescentando novos poços em seu projeto Chicontepec.
Mas analistas estão céticos de que a companhia domina os desafios técnicos e logísticos de desenvolver o petróleo bruto no local (Fonte: O Globo / Reuters, 2009-08-22).
Governador do Rio de Janeiro diz que mudar royalties do pré-sal é assalto
Cabral não aceita o projeto em estudo no governo que distribui os royalties para todos os Estados e municípios, inclusive aqueles onde não há exploração do petróleo. O Rio seria um dos grandes prejudicados por esse modelo, assim como outros Estados produtores. "Não há nada que me faça permitir que o Rio seja assaltado", reagiu Cabral, para depois alertar: "São Paulo será assaltado também." Outro ponto atacado pelo governador é a fatia reservada à Petrobras de, no mínimo, 30% do valor do produto extraído. A estatal será a única operadora dos campos de pré-sal. "É uma vergonha", criticou. "A Petrobrás não é maior que o Brasil. A lógica do Brasil não deve seguir a Petrobras", disse.
A discussão sobre os royalties no pré-sal esquentou nas últimas semanas, após declarações do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, indicando que o governo quer distribuir os recursos a todos os Estados e municípios. Cabral, que vinha mantendo certo distanciamento no debate, tornou pública a sua posição na quinta-feira. Coincidência ou não, dois dias antes o governador encontrou-se, no Rio, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem cabe a palavra final sobre o novo marco regulatório.
Também interessados diretamente no tema, os governadores de São Paulo, José Serra, e do Espírito Santo, Paulo Hartung, ainda não se manifestaram publicamente. A faixa do pré-sal abrange três bacias sedimentares e se estende por 800 quilômetros, na direção principalmente desses três Estados, beneficiários naturais dos royalties, pelo atual modelo. Lobão garante que a mudança só afetará os contratos sob as novas regras. E, embora diga que não há definição sobre o assunto, o ministro reforça que o objetivo do governo é redistribuir os benefícios do petróleo "entre todos os brasileiros", por um fundo para investimentos em saúde e educação.
Há, porém, grandes dúvidas sobre a proposta. A primeira é quanto a constitucionalidade da nova lei. A Constituição prevê compensação a Estados e municípios produtores de recursos minerais ou hídricos. "Royalty é compensação, funciona assim com petróleo, com minério ou com usinas hidrelétricas", comenta o consultor Rafael Schetchman, do Centro Brasileiro de Infraestrutura, que foi superintendente de participações governamentais na primeira gestão da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Atualmente, a União fica com 30% dos royalties e 50% da participação especial. Arrecadou R$ 5,9 bilhões em 2008. (Fonte: Estadão / Agência Estado - O Estado de S. Paulo, 2009-08-23).
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Petrobras pode ter nova fronteira exploratória
A descoberta de um novo reservatório de petróleo leve na Bacia de Campos, anunciado anteontem pela Petrobras, pode significar a abertura de nova fronteira exploratória no País, na opinião de especialistas.
Para eles, as novas reservas de Aruanã e a alta do preço do petróleo justificam o bom desempenho das ações da estatal no dia seguinte ao anúncio. As ordinárias (ON) subiram 2,04% e as preferenciais (PN), 1,75%.
Com concessões na mesma região, a OGX foi a reboque, fechando em alta de 3,87%. As duas empresas foram beneficiadas também pela alta do preço do petróleo, para US$ 73,89
Recorde
A companhia lembrou, em nota, na quinta-feira, que já havia realizado duas descobertas parecidas na região. Em um poço, a estatal bateu o recorde mundial de produção em rochas carbonáticas - semelhantes às do pré-sal -, com a marca de 43,5 mil barris por dia. A Petrobras afirmou ter encontrado 280 milhões barris de petróleo de boa qualidade em Aruanã. Nas descobertas anteriores, estima ter encontrado outros 695 milhões de barris. “Essa descoberta se soma a outras recentes, que mostram a grande eficiência da empresa em manter níveis elevados de sucesso na exploração”, comentou a analista Mônica Araújo, da corretora Ativa, completando que espera novos anúncios de descobertas em breve.
Para os especialistas, a maior vantagem da nova frente exploratória é já contar com a infraestrutura de escoamento. “A Petrobras pode desenvolver a área em, no máximo, três anos. Basta deslocar uma unidade que esteja subutilizada perto do local e tenha características semelhantes”, disse Mônica. Essa estratégia já foi adotada em Cachalote, no pré-sal da Bacia de Campos, que receberá a plataforma que estava em Golfinho (ES). (Fonte: G1 / Agência Estado - Jornal O Estado de S. Paulo, 2009-08-22).
Petrobras descobre mais petróleo leve na Bacia de Campos
O poço descobridor está localizado a cerca de 120 km da costa do Estado do Rio, em águas onde a profundidade é de 976 metros. A descoberta foi comprovada por avaliações em reservatórios localizados entre 2.993 e 3.123 metros de profundidade. A descoberta será, em seguida, objeto de Plano de Avaliação a ser apresentado à ANP.
Embora esteja acima da camada de sal, o anúncio é importante porque o petróleo encontrado é considerado leve, de maior valor que o pesado. Além disso, a Bacia de Campos é tradicionalmente conhecida por suas jazidas de óleo mais denso.
Marlim Sul
Em reservatórios geologicamente semelhantes à esta descoberta, no Campo de Marlim Sul, também na Bacia de Campos, a Petrobras perfurou dois poços 6-MLS-122-RJS (Jurará) e 6-MLS-146D-RJS (Muçuã), nos anos de 2007 e 2009, em águas de 1.200 metros de profundidade. Esses poços permitiram estimativas, em conjunto, de 350 milhões de barris recuperáveis de petróleo de 27º API. O desenvolvimento desses projetos está previsto no Plano Estratégico 2009-2013, com início de produção em implantação na plataforma P-51, que já produz petróleo na área e, em 2011, na plataforma P-56, que está em construção.
A empresa destaca que ganhou experiência para exploração desse tipo de reservatório no campo de Marlim Leste, com o poço 6-MLL-14-RJS, informalmente denominado Jabuti, em lâmina d'água de 1.300 metros, distante 120 quilômetros da costa, que identificou reservatório portador de um volume recuperável de cerca de 345 milhões de barris de óleo de 28º API. O primeiro óleo desse reservatório foi produzido em 2008 com a plataforma FPSO Seillean.
''A produção do conjunto dessas áreas deve contribuir a curto e médio prazos para o crescimento da curva de produção da companhia, pois já existem instaladas estruturas de produção e escoamento", diz a nota divulgada pela empresa, acrescentando que as descobertas de Jabuti e Jurará já estão computadas nas reservas provadas da Petrobras de 2008 (Fonte: O Globo - Globo, 2009-08.
Lobão diz que nova regulação do pré-sal não fere Constituição
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, garantiu há pouco que a proposta da nova regulamentação para exploração de petróleo no pré-sal nas áreas ainda não licitadas não fere a Constituição. O novo marco regulatório, que está em análise pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reduz o pagamento de royalties e Participações Especiais (PEs) aos estados e municípios produtores.
Segundo Lobão, a proposta de criação de um fundo social para dividir a receita futura da exploração do pré-sal entre todos os estados da Federação garante o respeito ao que determina o Artigo 20 da Constituição, que prevê a participação no resultado da exploração do petróleo, gás ou recursos hídricos como compensação financeira pela exploração.
- Vamos criar um fundo social para servir a todos os brasileiros, que é o que diz a Constituição. Vai ser criado um fundo social que vai servir a todos os estados brasileiros. O artigo 20 da Constituição diz que o subsolo pertence à União Federal. A União Federal significa todos os estados da federação - destacou Lobão.
Ele participou no Rio da solenidade de posse do novo presidente da Petrobras Distribuidora (BR), José Lima Neto. Ele sucede José Eduardo Dutra, que vai concorrer às eleições para a presidência nacional do PT.
Ao comentar o fato de que o Estado do Rio, o maior produtor de petróleo do país, assim como o estado de São Paulo, onde se localizam os blocos do pré-sal na Bacia de Santos, serão os maiores prejudicados com o novo modelo de partilha que está sendo proposto, Lobão garantiu que todos serão beneficiados.
- Todos os estados da Federação Brasileira receberão. Se todos os estados vão receber, do pré-sal inclusive, significa que o Rio de Janeiro também, o Espírito Santo, São Paulo vão receber - afirmou o ministro.
O ministro voltou a garantir que o novo marco regulatório "será aplicado na exploração dos blocos ainda não licitados". Ele destacou que os contratos atuais no regime de concessão serão mantidos, incluindo os blocos nos quais foram feitas descobertas de petróleo no pré-sal (Fonte: O Globo - Globo, 2009-08-20).
Exportação de petróleo angolano deverá ter pico em outubro
Os programas preliminares das grandes petrolíferas que operam no país, segundo a agência de informações financeiras Bloomberg, apontam para um total de 62 carregamentos em outubro, num valor total de 59,1 milhões de barris, uma média diária de 1,903 milhões de barris. Trata-se do nível mais elevado desde dezembro do passado, quando a Opep fez sucessivos cortes de produção para tentar conter a derrubada dos preços do produto nos mercados internacionais.
Em setembro, as exportações atingiram uma média diária de 1,854 milhões de barris, num total de 58 carregamentos. Segundo o ministro angolano do Petróleo, Botelho de Vasconcelos, o atual objetivo de produção do país é de cerca de 1,656 milhões de barris, no âmbito da Opep. O cartel petrolífero aumentou o nível de produção em julho, após recuperação dos preços registrada nos últimos meses.
Melhora
As melhores perspectivas para o setor petrolífero angolano têm levado os analistas que acompanham a economia do país a rever em alta as previsões de crescimento, afastando o cenário de recessão profunda estimada no início do ano.
Na semana passada, o Banco Mundial reviu a quebra de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) para um crescimento nulo, afirmou à Agência Lusa o economista-chefe da instituição para Angola, Ricardo Gazel.
O economista brasileiro afirma que o crescimento angolano poderá até ser positivo, se o setor petrolífero crescer mais de 10%. Mas, entretanto, o preço do petróleo subiu e a produção de petróleo angolana inscrita no Orçamento de Estado revisto, 1,8 milhões de barris diários, está apenas 6,5 % abaixo da registrada no ano passado.
Apesar da quebra, afirma Gazel, o valor previsto para a produção está "acima do que seria se todos os cortes acordados com a OPEP fossem implementados".
"Mas a verdade é que nenhum país está a implementar a 100%" os cortes do cartel, frisou. (Fonte: Agência Lusa, 2009-08-19).
Brasil busca mais controle do petróleo do pré-sal
O jornal afirma que tal iniciativa seria parte de uma "motivação nacionalista" do Brasil para aumentar o lucro advindo de suas reservas naturais e "cimentar sua posição como potência global". O "New York Times" diz ainda que essa tentativa de exercer maior controle pode, entretanto, acabar retardando o ritmo de desenvolvimento daquelas reservas.
A reportagem, assinada pelo correspondente do jornal no Brasil, avalia a intenção do governo de deixar nas mãos da Petrobras o controle da nova área que ainda não foi licitada, o que, nas palavras do jornal, restringiria as empresas estrangeiras "ao papel de investidores financeiros". O texto questiona a possibilidade de o país retornar a um clima de "fervor nacionalista" como o que marcou governos desenvolvimentistas como o de Getúlio Vargas e o do regime militar.
"Autoridades do governo daqui insistem que o Brasil não será tomado pelo mesmo tipo de fervor nacionalista que varreu a América Latina nos últimos anos", disse o correspondente. "Como o México no final dos anos 30, Venezuela, Bolívia e Equador confiscaram os ativos de energia e expulsaram as companhias estrangeiras, apenas para ver sua produção de petróleo e gás natural estagnar ou diminuir."
Um analista ouvido pelo jornal, Christopher Garman, disse que a opção é "míope" e "poderá atrasar a capacidade do Brasil de usar o petróleo para ajudar a transformar o país". A reportagem ressalvou, entretanto, que o governo "não está propondo que os estrangeiros sejam excluídos dos projetos de energia, nem mesmo que não tenham a chance de conquistar participações majoritárias em alguns casos".
"As empresas estrangeiras já estão envolvidas na primeira leva de projetos do pré-sal, incluindo o campo gigante de Tupi, que a Petrobras estima conter entre 8 bilhões a 5 bilhões de barris de petróleo e gás natural", lembrou o correspondente.
'Bilhete premiado'
Falando para a matéria, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, diz que o governo tem razão para limitar a participação estrangeira. Em 1997, os preços do petróleo estavam baixos e o país lutava economicamente, ele disse. Hoje, em vez de arriscada, envolver-se na prospecção do combustível é como "ganhar um bilhete de loteria premiado", ele disse.
Na essência do debate, disse o jornal, está a questão do uso dos recursos para mudar o panorama social do país, uma situação que o "NYT" chamou de "aposta alta". "Muitos veem o petróleo como uma bala mágica para lidar com os maiores desafios sociais do país. Luiz Inácio Lula da Silva, o popular presidente do Brasil, quer mudar as leis de energia para canalizar mais receita dos campos ainda não desenvolvidos para os cofres do governo, criando fundos para melhorar a educação e saúde."
Entretanto, Gabrielli disse que a real discussão, na prática, não é "acelerar ou não acelerar" o desenvolvimento do pré-sal, porque o equipamento necessário para realizar as explorações está falta. "A questão não é acelerar ou não acelerar", disse, segundo o jornal. "Nós estamos no limite da capacidade mundial do setor." (Fonte: Estadão / BBC Brasil, 2009-08-18).
Lula pede novas consultas sobre novo marco para o petróleo
O Planalto estava organizando um evento para apresentar publicamente a proposta governamental para o setor na semana que vem, o que foi descartado.
Lula pediu aos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Edison Lobão (Minas e Energia) que consultem empresários e trabalhadores sobre o assunto.
Além disso, Lula também quer que o governo, paralelamente, consulte os líderes dos partidos da base aliada.
O Planalto pretende realizar o evento para divulgar mais amplamente, junto à opinião pública, o que o governo quer com as mudanças.
A reunião desta sexta-feira sobre o novo marco regulatório do petróleo durou pouco mais de três horas.
Estiveram com o presidente na reunião, além de Lobão e Dilma, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o advogado geral da União, Antônio Dias Toffoli, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, e o diretor da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim (Fonte: O Globo - Globo / Reuters, 2009-08-14).
Lucro semestral da Petrobras caiu 20%
Na comparação com os primeiros três meses deste ano (R$ 5,816 bilhões) houve alta de 33%. Mas, no consolidado do primeiro semestre de 2009, a Petrobras teve lucro líquido de R$ 13,55 bilhões, queda de 20% no comparativo com os seis primeiros meses do ano passado, quando o ganho foi de R$ 16,956 bilhões.
Segundo a empresa, o valor médio do petróleo Brent ficou em US$ 52 durante o primeiro semestre do ano, ante US$ 109 o barril nos primeiros seis meses de 2008, tendo forte influência no resultado da companhia. A empresa também fez referência à variação cambial.
"O resultado financeiro negativo, fruto dos maiores volumes de financiamentos, das operações de hedge comercial e da variação cambial sobre ativos no exterior, também contribuiu para esse resultado" informou a companhia, em comunicado enviado ao mercado.
A Petrobras ressaltou, no entanto, a melhora do desempenho na passagem no primeiro para o segundo trimestre.
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, explicou que o melhor resultado do segundo trimestre se deve sobretudo a dois fatores. O primeiro é o aumento da produção nacional de petróleo em 1% em comparação ao trimestre anterior, atingindo 2,28 milhões de barris por dia de petróleo e gás, e o segundo, a recuperação dos preços internacionais do petróleo. O aumento do consumo de derivados em 10% entre abril e junho, em comparação ao trimestre anterior, também contribuiu. No segundo trimestre, a demanda por derivados de petróleo atingiu 1,76 milhão de barris diários, contra 1,6 milhão nos três primeiros meses do ano.
- A recuperação dos preços internacionais do petróleo e o aumento da demanda interna de combustíveis mostram que o cenário é positivo - destacou Barbassa.
Com a gradual alta dos preços do petróleo, aliada a uma redução nos custos de alguns equipamentos, a Petrobras poderá superar a marca de R$ 60 bilhões de investimentos previstos para este ano, de acordo com Barbassa. Apenas no primeiro semestre, a companhia investiu R$ 32,5 bilhões, 56% a mais do que os R$ 20,8 bilhões investidos em igual período do ano passado. Com uma queda entre 10% e 20% no preço de alguns equipamentos, a Petrobras está contratando mais sondas de perfuração, que não estavam previstas anteriormente.
O fato de a Petrobras ter estoques de petróleo que foram comprados no primeiro trimestre a preços menores teve um impacto positivo no resultado, mas que, segundo Barbassa, foi praticamente anulado pela forte valorização do real. Com muitos ativos em dólar, o efeito câmbio teve um impacto negativo no balanço de R$ 2,5 bilhões.
Considerando apenas os números do segundo trimestre, a receita líquida da estatal situou-se em R$ 44,605 bilhões, também 20% inferior ao registrado em igual período do ano passado e 5% superior ao do primeiro trimestre deste ano, que foi de R$ 42,595 bilhões
No mesmo período, a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações, da sigla em inglês) correspondeu a R$ 17,513 bilhões, uma alta de 30% perante o resultado de janeiro a março de 2009, de R$ 13,423 bilhões.
A produção total de petróleo e gás da companhia subiu 2% na comparação com o primeiro trimestre e 6% no acumulado do primeiro semestre, ante igual período do ano passado, para 2,52 milhões de barris/dia.
"O aumento na produção das plataformas P-52 e P-54 (Roncador), aliado à entrada em operação das plataformas P-53 (Marlim Leste) e P-51 (Marlim Sul), superaram o declínio natural dos campos maduros", informou a empresa (Fonte: O Globo - Globo / Valor Online / Reuters, 2009-08-14).
Petrobras estima ter 12 sondas até o final de 2010 para o pré-sal
Esses investimentos estão sendo suportados pela geração de caixa da empresa e pela captação de recursos que tem encontrado no Brasil e no exterior. De acordo com o balanço da empresa sobre o desempenho no primeiro semestre, além do empréstimo de US$ 13,3 bi do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a empresa fechou acordos com o China Development Bank, no valor de US$ 10 bi e com o US EximBank no valor de US$ 2 bi. Ainda no primeiro semestre a Petrobras obteve empréstimo ponte de US$ 6,5 bi para serem trocados por emissões de títulos.
Segundo Barbassa, com esses investimentos, a meta da empresa é chegar ao fim de 2010 com uma produção de 2,25 milhões de barris no Brasil. "Essa é uma meta desafiadora", reconheceu ele. Para a corretora Geração Futuro, esse alvo é considerado agressivo e não descarta nem mesmo o não-cumprimento desse objetivo.
Durante a apresentação dos resultados da companhia a analistas de mercado e investidores, no Rio de Janeiro, Barbassa admitiu que se a empresa mantiver o ritmo dos investimentos do primeiro semestre é bem possível que o orçamento de 2009, de cerca de R$ 60 bi, possa ser revisado para cima. Até junho, a Petrobras já havia empregado R$ 32,5 bi, pouco mais de 53% do total para o ano. A aplicação dessa parcela do orçamento da empresa foi atribuída à disponibilidade e preços mais em conta dos equipamentos, fato não previsto no mercado, resultado da retração da demanda mundial na indústria do petróleo que chegou a frear a atividade de empresas mais fortemente que da brasileira. "Se analisarmos a queda de 20% de nosso lucro no segundo trimestre de 2009 ante 2008, e olharmos o exterior, veremos que estamos bem melhor, pois há casos de companhias que caíram de 70% a 80% na mesma base de comparação", exemplificou ele.
A Petrobras reafirmou ontem a intenção de continuar a investir em exploração e produção. Para isso espera receber mais duas sondas ainda este ano e 6 no ano de 2010. Com isso, se somariam 12 unidades (Fonte: DCI, 2009-08-19).