sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Lucro semestral da Petrobras caiu 20%


A Petrobras fechou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 7,734 bilhões, uma queda de 20,4% em relação a igual período do ano passado, quando a estatal registrou ganhos de R$ 9,717 bilhões, devido, principalmente, à queda do preço do petróleo e de seus derivados no mercado internacional. O resultado ficou dentro das expectativas dos analistas, que previam lucro de cerca de R$ 7 bilhões no segundo trimestre.

Na comparação com os primeiros três meses deste ano (R$ 5,816 bilhões) houve alta de 33%. Mas, no consolidado do primeiro semestre de 2009, a Petrobras teve lucro líquido de R$ 13,55 bilhões, queda de 20% no comparativo com os seis primeiros meses do ano passado, quando o ganho foi de R$ 16,956 bilhões.

Segundo a empresa, o valor médio do petróleo Brent ficou em US$ 52 durante o primeiro semestre do ano, ante US$ 109 o barril nos primeiros seis meses de 2008, tendo forte influência no resultado da companhia. A empresa também fez referência à variação cambial.

"O resultado financeiro negativo, fruto dos maiores volumes de financiamentos, das operações de hedge comercial e da variação cambial sobre ativos no exterior, também contribuiu para esse resultado" informou a companhia, em comunicado enviado ao mercado.

A Petrobras ressaltou, no entanto, a melhora do desempenho na passagem no primeiro para o segundo trimestre.

O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, explicou que o melhor resultado do segundo trimestre se deve sobretudo a dois fatores. O primeiro é o aumento da produção nacional de petróleo em 1% em comparação ao trimestre anterior, atingindo 2,28 milhões de barris por dia de petróleo e gás, e o segundo, a recuperação dos preços internacionais do petróleo. O aumento do consumo de derivados em 10% entre abril e junho, em comparação ao trimestre anterior, também contribuiu. No segundo trimestre, a demanda por derivados de petróleo atingiu 1,76 milhão de barris diários, contra 1,6 milhão nos três primeiros meses do ano.

- A recuperação dos preços internacionais do petróleo e o aumento da demanda interna de combustíveis mostram que o cenário é positivo - destacou Barbassa.

Com a gradual alta dos preços do petróleo, aliada a uma redução nos custos de alguns equipamentos, a Petrobras poderá superar a marca de R$ 60 bilhões de investimentos previstos para este ano, de acordo com Barbassa. Apenas no primeiro semestre, a companhia investiu R$ 32,5 bilhões, 56% a mais do que os R$ 20,8 bilhões investidos em igual período do ano passado. Com uma queda entre 10% e 20% no preço de alguns equipamentos, a Petrobras está contratando mais sondas de perfuração, que não estavam previstas anteriormente.

O fato de a Petrobras ter estoques de petróleo que foram comprados no primeiro trimestre a preços menores teve um impacto positivo no resultado, mas que, segundo Barbassa, foi praticamente anulado pela forte valorização do real. Com muitos ativos em dólar, o efeito câmbio teve um impacto negativo no balanço de R$ 2,5 bilhões.

Considerando apenas os números do segundo trimestre, a receita líquida da estatal situou-se em R$ 44,605 bilhões, também 20% inferior ao registrado em igual período do ano passado e 5% superior ao do primeiro trimestre deste ano, que foi de R$ 42,595 bilhões

No mesmo período, a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações, da sigla em inglês) correspondeu a R$ 17,513 bilhões, uma alta de 30% perante o resultado de janeiro a março de 2009, de R$ 13,423 bilhões.

A produção total de petróleo e gás da companhia subiu 2% na comparação com o primeiro trimestre e 6% no acumulado do primeiro semestre, ante igual período do ano passado, para 2,52 milhões de barris/dia.

"O aumento na produção das plataformas P-52 e P-54 (Roncador), aliado à entrada em operação das plataformas P-53 (Marlim Leste) e P-51 (Marlim Sul), superaram o declínio natural dos campos maduros", informou a empresa (Fonte: O Globo - Globo / Valor Online / Reuters, 2009-08-14).

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