sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Companhias dos EUA exploram 50% do petróleo angolano


O petróleo está no centro das relações econômicas bilaterais entre Angola e os Estados Unidos, com duas petrolíferas norte-americanas operando poços que representam cerca de metade das exportações angolanas do combustível em estado bruto.

Segundo dados da Administração para a Informação Energética, organismo estatístico de Washington para o setor, o Bloco 15 (off-shore do Soyo), representa perto de 30% da produção angolana, e é operado pelo "gigante" norte-americano ExxonMobil, através da subsidiária Esso, com uma participação de 40% no consórcio.
Além dela, a Chevron opera o Bloco 0 (Cabinda), de onde sai aproximadamente 20% da produção angolana, tendo como parceiros a Sonangol, a TotalFinaElf e a ENI-Agip.
A Chevron ainda opera o Bloco 14, o primeiro de águas ultraprofundas a entrar em produção (105 mil barris em 2006).
O país tem ainda a também norte-americana Marathon, que recentemente chegou a acordo com duas petrolíferas chinesas - Sinopec e CNOOC - para vender, por US$ 1,2 bilhão, 20% da sua participação no Bloco 32, considerado "altamente promissor" nos trabalhos de prospecção já realizados.

De acordo com a Bloomberg, o negócio contava ainda com o interesse da indiana ONGC e da Petrobras.


China

Angola é o sexto maior fornecedor petrolífero dos Estados Unidos, sendo a venda da Marathon emblemática da sobreposição dos interesses norte-americanos com os da China.

O gigante asiático já tem em Angola o seu principal fornecedor petrolífero africano - 599 milhões de barris em 2008, no valor de US$ 59,9 bilhões, segundo dados da Agência Internacional de Energia.

"As exportações para os países asiáticos cresceram rapidamente nos últimos anos, particularmente para a China (...) A Sonangol e a Sinopec vão também estar atentas a futuras concessões, particularmente nos 23 blocos na Bacia do Kwanza e áreas abandonadas dos blocos 15, 17 e 18", diz a Administração para a Informação Energética norte-americana.

Juntos, Estados Unidos e China recebem atualmente 90% das exportações petrolíferas angolanas, que por sua vez contribuem com mais de 80% do PIB e 83% das receitas do Estado (2008) (Fonte TN Petróleo / Agência Lusa, 2009-08-06).

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