sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

ANP não confirma Pernambuco em leilão para pesquisa de petróleo

A Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) e o Ministério de Minas e Energia não confirmaram a inclusão da bacia Pernambuco-Paraíba no novo leilão para a exploração de petróleo e gás. Segundo a ANP e o ministério, a alteração ainda precisa do crivo do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A Secretaria de Imprensa do Estado informou como certa, nesta última quinta (24), a inclusão dos três blocos na 11ª Rodada de Licitação, que teve pré-edital publicado no Diário Oficial da União sem qualquer menção a Pernambuco.

A documentação referente à 11ª Rodada foi divulgada no Diário Oficial desta quinta, ato que marca o início do cronograma com etapas exigidas por lei: serão 10 dias com pré-edital em consulta pública na internet, uma audiência pública no próximo dia 19 e, finalmente, o leilão em maio.

No início da tarde da quinta, o Secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida, divulgou a ampliação da 11ª Rodada de licitação com o aumento de blocos exploratórios de petróleo e gás de 172 para 289.

O governo estadual se antecipou e divulgou que a bacia Pernambuco-Paraíba já teria sido incluída no pacote. Na nota do Estado, única fonte de informações usada pela maior parte da imprensa local ontem, a inclusão já seria fato consumado e se deu porque a presidente Dilma atendeu a uma solicitação direta do governador Eduardo Campos na semana passada.

“O governador lembrava o fato de tanto Pernambuco quanto a Paraíba não terem sido incluídos nos últimos leilões das bacias em exploração no Nordeste, apesar do ‘alto potencial produtivo’ detectado em estudos técnicos”, diz a nota do governo.

No entanto, tanto o Ministério de Minas e Energia quanto a ANP ressalvam que a inclusão das novas áreas – entre elas a bacia Pernambuco-Paraíba – dependem da aprovação do CNPE. A ANP inclusive evitou responder questionamentos sobre os três novos blocos pela incerteza da inclusão deles na nova rodada.

“As novas áreas ainda precisam ser aprovadas pelo Conselho Nacional de Política Energética. Apenas após essa aprovação e a publicação no Diário Oficial poderemos ter as respostas solicitadas”, respondeu ao JC a ANP.

PETROGAL
A ansiedade pernambucana em torno da bacia Pernambuco-Paraíba é grande porque há fortes indícios de potencial produtivo na área. Em 2007, o consórcio Petrobras e Petrogal (braço da petrolífera portuguesa Galp) arremataram três blocos na bacia pernambucana. O prazo para a primeira fase de exploração e pesquisa é de 5 anos e se encerra dentro de dois meses. Até lá, o consórcio precisa decidir se vai em frente no processo exploratório e seguirá para segunda etapa, que é de extração. A ANP foi questionada ontem sobre um eventual pedido de perfuração dos blocos pela Petrobras e Petrogal, mas não respondeu sobre o assunto.

O consórcio arrematou os três blocos na 9ª Rodada da ANP e contratou a empresa norte-americana CGGVeritas para realizar uma pesquisa sísmica com tecnologia 3D, uma espécie de ultrassonografia do subsolo marinho que permite localizar estruturas favoráveis à acumulação de petróleo e gás.

O trabalho foi executado entre novembro de 2009 e fevereiro de 2010. Até agora não há informação sobre a existência de petróleo na região ou, mesmo em caso positivo, sobre se há viabilidade financeira para produção de petróleo na costa pernambucana.

Fonte: JC Online/Portogente, 2013-01-28). 

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