A Geocapital, empresa de Macau criada para desenvolver negócios em países de língua portuguesa, vai investir até US$ 40 bilhões na África, nos próximos dez anos, para produzir biocombustível em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, disse nesta sexta-feira à Agência Lusa um dos administradores da companhia, Ambrose So. A produção será iniciada em dois ou três anos e deve atingir a capacidade máxima (de 14 milhões de toneladas anuais) dentro de 10 a 15 anos, afirmou o responsável.
Ambrose So afirmou que a produção de biocombustível é "um projeto suficientemente grande e prioritário para a Geocapital" e a companhia tem planos de produção e comercialização em todos os países de língua portuguesa onde desenvolve atividades, inclusive no Brasil.
A empresa de Macau pretende produzir biocombustível na África tendo como matéria-prima o pinhão-manso, planta comum na África e na América, e, segundo alguns especialistas, um dos meios mais confiáveis e de melhor rendimento para a finalidade.
A Geocapital nasceu da parceria entre o magnata chinês Stanley Ho, ligado ao setor de cassinos de Macau, e o investidor português Jorge Ferro Ribeiro.
Retorno local
Ferro Ribeiro explicou que os estudos que antecedem o investimento na África prevêem a criação de "projetos integrados, contemplando a existência de uma cadeia industrial em cada um dos países, abastecida em matéria-prima por produção agrícola local".
Além da produção garantida pela própria Geocapital, a empresa também se valerá de agricultores independentes, que terão acesso a apoio financeiro, assistência técnica e tecnológica, para assegurar um melhor aproveitamento das terras, disse Ferro Ribeiro.
Além de assegurar que "nenhuma das terras ligadas ao projeto interfere na produção agrícola tradicional", o empreendedor defendeu que os projetos vão contribuir para o "aumento e a melhoria da qualidade de outras produções agrícolas para fins alimentares, através da ampliação do quadro de apoio financeiro, técnico e tecnológico a agricultores locais e a associações de agricultores independentes".
Emissões
Para Ferro Ribeiro, a fixação da empresa "terá como principais beneficiários as respectivas economias e as populações locais".
"Quer pelos impactos econômicos, quer pelos milhares de empregos diretos e indiretos gerados, os projetos serão uma importante contribuição para a melhoria da qualidade de vida nesses países", afirmou o empresário luso.
Ferro Ribeiro destacou ainda que o projeto é importante na redução das emissões de carbono, o que será "uma significativa ajuda para o esforço internacional de reequilíbrio e sustentabilidade ambiental" (Fonte: Folha Online/Lusa, 2008-06-06).
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