A Petrobras está perto de confirmar a descoberta de uma nova província petrolífera no Brasil, desta vez na porção fluminense da Bacia de Santos. A empresa está finalizando os trabalhos de avaliação no reservatório de Tupi, encontrado no ano passado, com expectativa de grandes volumes de petróleo de boa qualidade. O clima entre os envolvidos no projeto é de otimismo e, segundo relatório distribuído ontem pelo banco Credit Suisse, a área técnica da estatal já encontrou novas acumulações de petróleo na região. Tupi está localizado em um bloco exploratório chamado BM-S-11, arrematado pela Petrobras, BG e Petrogal na segunda rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em 2000. Sua descoberta foi anunciada em 2006 como um "fato histórico", que poderia indicar novas fronteiras exploratórias no Brasil, abaixo de uma camada de sal de 2 mil metros de espessura no subsolo brasileiro. No início do ano, a estatal iniciou a perfuração de um segundo poço, a oito quilômetros do primeiro, com o objetivo de medir a extensão do reservatório. Em conversa com analistas do Credit Suisse, o gerente de estratégia e portfólio de exploração e produção da Petrobrás, Eduardo Molinar, informa que o segundo poço vem apresentando bons resultados. O executivo informou que o poço também encontrou reservatórios de óleo leve, antes mesmo de atingir seu objetivo final. Mas informações adicionais só serão possíveis após um teste de produção no novo poço. Na avaliação do analista Emerson Leite, porém, a Petrobrás demonstra um "otimismo nuca visto antes" com o projeto.Embora evitem falar sobre o assunto, BG e Petrogal compartilham as expectativas da estatal: as duas chegaram a fazer apresentações públicas indicando que o reservatório encontrado no BM-S-11 pode conter entre 1,7 bilhão e 10 bilhões de barris de óleo equivalente (somado ao gás) - dos quais, segundo geólogos, entre 20% e 30% podem ser recuperados. Uma fonte próxima acredita que Tupi pode tornar-se uma das maiores descobertas de petróleo já feitas no Brasil, comparada ao campo de Marlim, na bacia de Campos, descoberto na década de 80 com reservas superiores a 2 bilhões de barris recuperáveis."Nós acreditamos que a Petrobras vai atrasar o lançamento de qualquer material de informação sobre Tupi até após a conclusão da rodada da ANP, por razões estratégicas", comentou Leite em seu relatório. Marcado para novembro, o leilão vai incluir pelo menos cinco blocos colados ao BM-S-11 e um total de 17 na região, onde há outras apostas abaixo da camada de sal.A aposta do grupo em uma nova província exploratória motivou Petrobras e Petrogal a comprar, em janeiro, metade da fatia da Shell no bloco BM-S-8, na mesma região, ampliando suas participações no projeto para 64% e 16%, respectivamente. As duas parceiras dividem com a BG ainda o bloco BM-S-10, a cerca de 50 quilômetros de Tupi. Executivos do setor acreditam que a região protagonize as maiores disputas no leilão deste ano, opinião compartilhada pela direção da ANP. (Agência Estado)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário