O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou ontem que há indícios de que as reservas do campo de Iara, na bacia de Santos, ultrapassam os limites do bloco concedido à empresa. Nesse caso, disse, seria necessário fazer a unitização das áreas. "Dadas as informações que temos hoje, achamos que provavelmente em Tupi estaremos contidos dentro do bloco, e em Iara provavelmente estaremos fora do bloco", afirmou ele, no encerramento da feira Rio Oil & Gas, no Riocentro, na zona oeste do Rio.
Gabrielli não explicou, porém, se os limites do reservatório se estenderiam sobre áreas da União ou sobre outros blocos já concedidos. Nas proximidades de Iara estão os poços de Pirapitanga, Icarapiá, Tambaú, Uruguá e Tambuatá, operados pela Petrobras, e Atlanta e Oliva, operados pela Shell. A legislação brasileira prevê que, nesses casos, é preciso fazer a unitização das áreas. A ANP (Agência Nacional de Petróleo) ficaria responsável por determinar a participação de cada empresa no bloco.
Segundo Gabrielli, porém, os indícios mostram que o projeto piloto de Tupi, o primeiro que vai entrar em operação, não ultrapassa a área concedida. Ele disse que até agora foram concedidos 41 mil dos 112 mil quilômetros quadrados da área com características geológicas do pré-sal. Isso corresponde a 38% do total. "A nação precisa decidir o que fazer, porque 62% de área não concedida permite ao país aumentar a apropriação da renda petrolífera." Ele defendeu, porém, que as empresas que já arremataram blocos na região não sejam prejudicadas com as mudanças. "Elas assumiram riscos importantes e devem ser remuneradas pelos riscos que correram", afirmou o presidente da Petrobras (Fonte: InvestNews/ Folha de Sao Paulo, 2008-09-19)
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