Entre cinco e nove milhões de toneladas de carvão mineral poderão ser exportadas em 2010, marcando o reinício da exploração moçambicana de carvão, com contribuições de produções de duas empresas licenciadas para operar no sector, designadamente a Minas de Moatize e a brasileira Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).
A directora nacional de Minas, Fátima Momade, disse que apesar de a área de mineração do carvão estar no seu reinício, o Executivo conta com ela para um incremento das exportações e do Produto Interno Bruto (PIB), informa nesta quarta-feira (20) o jornal Notícias.
Estão actualmente licenciadas no sector 42 empresas, das quais 95 por cento baseadas na província de Tete e as restantes no Niassa, disse a directora nacional de Minas. Falando a jornalistas à margem da 3ª reunião do Governo com as empresas licenciadas para exercer actividades no sector do carvão, Fátima Momade referiu-se ainda aos esforços em curso para acelerar a implementação de infra-estruturas que facilitem a exportação de carvão, em particular, e a actividade do sector mineiro, em geral. “O governo discutiu essa matéria e já existe um plano-director para colmatar o problema das infra-estrutura. Penso que dentro em breve teremos as soluções. Sabido também que a primeira exportação está prevista para 2010, temos tempo para solucionar o problema, particularmente no que respeita à linha férrea de Sena e o Porto da Beira, bem como relativamente às estradas. São projectos que já estão em curso”, disse.
Entretanto, a ministra dos Recursos Minerais e Energia, Esperança Bias, disse que as reuniões que o governo tem mantido com as empresas titulares de licenças mineiras visam identificar soluções para os diferentes problemas que afectam o sector. “Queremos que este fórum seja um interlocutor válido no diálogo com o governo em matérias relacionadas com a logística, prestação de serviços, projectos sociais e reassentamento das populações nas áreas onde serão desenvolvidos projectos e gestão ambiental”, disse Esperança Bias. A ministra apelou às empresas licenciadas a definirem projectos “que visem a adição de valor aos nossos minerais e que possam levar a que a utilização do carvão seja maximizado internamente, por exemplo, na produção de coque, extracção de metano e sua utilização, bem como na produção de diesel ou outros combustíveis”.
Esperança Bias manifestou a apreensão do Governo relativamente ao facto de algumas empresas titulares de licenças de carvão estarem a veicular publicamente dados sobre o sector com base em informações não fiáveis. “Referimo-nos a informações sobre o início da produção e sobre as capacidades dos jazigos. Isto acontece mesmo sem que estas empresas possuam as devidas licenças ou tenham realizado trabalho suficiente que garanta a publicação deste tipo de informação. Todos nós, actores deste sector, temos que ter a mesma linguagem”, disse a ministra (Fonte: Africa 21 Digital, 2008-08-20).