terça-feira, 27 de maio de 2008

Portugal: Quadro regulatório do mercado energético dificulta trabalho de empresas estrangeiras


O mercado energético português continua a não ter resolvidas as questões regulamentares necessárias para que seja verdadeiramente aberto, o que não permite a empresas estrangeiras trabalhar com normalidade, afirmou o conselheiro-delegado da Gás Natural. "Portugal é um dos mercados onde queremos operar, onde queremos investir na comercialização de gás e electricidade. Mas temos que ressaltar que, apesar de formalmente o mercado português estar aberto, continuam por resolver temas regulatórios necessários", afirmou Rafael Villaseca. "É difícil operar e é necessária essa abertura", sustentou.

Em declarações em Barcelona, antes da Junta de Accionistas, Villaseca comparou a situação nos dois países ibéricos, referindo que empresas portugueses como a EDP e a Galp "actuam com normalidade" em Espanha enquanto a Gás Natural "não pode actuar em Portugal".

Considerando "certa" a ideia do desenvolvimento do MIBEL e do MIBGás, Villaseca sustentou porém que é necessário "melhorias" que "permitam comercializar", especialmente no mercado gasista. "Portugal está a abrir, como fez Espanha, para permitir que mercados sejam integrados, mas em Portugal até hoje, por não ter feito todas as mudanças necessárias, isso ainda não é possível. Estamos confiantes que num prazo breve isso não será um obstáculo", sublinhou.

Questionado sobre projectos concretos para Portugal, Villaseca notou que em termos gerais a Gás Natural quer ampliar a sua quota de mercado em Itália, França e Portugal - "países alvo" - para cinco por cento, não havendo um "objectivo concreto de quota" para o mercado português.
Notou ainda que além do projecto de Angola em que está envolvida e onde participa a Galp, não se antecipam mais projectos com a empresa portuguesa nem está prevista qualquer participação na EDP ou EDP Renováveis.
Ao mesmo tempo reiterou que a Gás Natural continua interessada no projecto de um ciclo combinado em Portugal mas que, pelos problemas regulatórios, isso "ainda não foi possível".
"O objectivo em Portugal é muito claro: Queremos poder começar a trabalhar", disse (Fonte: Sapo/Lusa, 2008-05-21).

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