sexta-feira, 27 de junho de 2008

"Holding" Geocapital aposta forte nos biocombustíveis


A Geocapital, “holding” dos empresários Stanley Ho e Ferro Ribeiro para investimentos nos países de língua portuguesa, quer afirmar-se como um dos principais produtores mundiais de biocombustíveis até 2018, baseando a operação em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.

Ambrose So, um dos principais colaboradores de Stanley Ho, afirmou na semana passada em entrevista à agência noticiosa portuguesa Lusa que o projecto implica um investimento de até 40 mil milhões de dólares e que “os estudos de viabilidade e desenvolvimento do produto estão concluídos”.

Segundo noticiava recentemente a “newsletter” Africa Monitor, um dos projectos em fase de estudo de viabilidade técnico-económica envolve a plantação de jatrofa (pinhão-manso, na terminologia brasileira), numa área de grande dimensão no Leste da Guiné-Bissau.

O projecto seria entregue à subsidiária Geogolfo e envolverá também a construção de uma unidade de refinação, se for considerado satisfatório o volume de produção da matéria-prima, considerada uma das de maior potencial para produção de combustíveis “verdes”.

Está previsto que a plantação de jatrofa seja feita em duas modalidades: directamente pela Geogolfo, em superfícies cedidas pelo Estado, e também pelas próprias populações, com base em entendimentos com a empresa.

A Geocapital é actualmente dos investidores estrangeiros que demonstram maior interesse na Guiné-Bissau, onde no final do ano passado comprou 60 por cento do Banco da África Ocidental (BAO) aos portugueses do Montepio Geral e Banco Efisa.

Chegou também a acalentar projectos turísticos, nomeadamente um complexo hoteleiro com casino na ilha Caravela, arquipélago dos Bijagós, considerado Reserva Ecológica Biosférica pela UNESCO.

Na entrevista à agência noticiosa portuguesa, Ambrose So afirmou que o projecto dos biocombustíveis envolve a plantação de “dezenas de milhares” de quilómetros quadrados nos três países de língua portuguesa.

A produção deverá começar dentro de dois ou três anos, atingindo dentro de 10 a 15 anos 14 milhões de toneladas anuais, o equivalente a 10 por cento da produção mundial.

O projecto irá envolver parceiros que estão identificados e o financiamento será assegurado em regime de “project finance”.Baseada em Macau, a Geocapital tem vindo nos últimos anos a reforçar a sua presença nos países de língua portuguesa, notoriamente no sector financeiro.

Em Moçambique, onde já tinha tentado várias abordagens, anunciou que vai criar um banco de raiz, o Moza Banco, onde terá 49 por cento, cabendo os restantes 51 por cento a centena e meia de investidores, entre pessoas individuais e colectivas.Os planos para este país do Índico passam também por investimentos, através da subsidiária Mozacorp, na região do vale do Zambeze, considerada de grande potencial para projectos agrícolas, mineiros e hidroeléctricos.

Recentemente, a "newsletter" Africa Monitor noticiou que a Geocapital e a Sonangol chegaram a acordo para criar uma "holding" financeira denominada Geopactum, que tem por objectivo o investimento nos sectores financeiro, energético e geológico-mineiro em Angola.

Jorge Ferro Ribeiro afirma pretender nos biocombustíveis “projectos integrados, contemplando a existência de uma fileira industrial em cada um dos países, abastecida em matéria-prima por produção agrícola local que será assegurada conjuntamente pela Geocapital e, também, por grupos de agricultores independentes”.

Estes últimos “terão acesso a um quadro global de apoio financeiro e assistência técnica e tecnológica destinado a assegurar condições de produção quantitativa e qualitativa optimizadas, que possam dar o melhor aproveitamento útil às terras afectas ao projecto” disse à Lusa o empresário (Fonte: Macauhub, 2008-06-08).

ANP estuda aumentar taxa sobre exploração de petróleo


A Agência Nacional do Petróleo (ANP) estuda duas mudanças principais no cálculo da participação especial sobre grandes campos de petróleo (PE), que podem ampliar a alíquota cobrada às empresas produtoras dos atuais 30% para até 80%.

O objetivo é garantir ao governo aumento da receita compatível com a disparada do preço do petróleo nos últimos anos. A direção da agência quer separar a discussão sobre a carga tributária da questão da mudança no modelo regulatório por conta da descoberta do pré-sal, que demandaria alterações na Lei do Petróleo.

A proposta em estudo na agência deve ser encaminhada ao Ministério de Minas e Energia (MME) em até 30 dias. Ainda não foi aprovada pela direção do órgão regulador, mas tudo indica que seguirá dois caminhos. O primeiro consiste na redução do piso de produção a partir do qual um campo em águas profundas passa a pagar a PE. A segunda mudança institui a cobrança da PE sobre a rentabilidade do campo, já que o cálculo atual considera apenas o volume de produção (Fonte: O Estado de São Paulo / A Tarde, 2008-06-06).

Moçambique: Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos vende 10 por cento das acções


Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) anunciou quarta-feira em Maputo ter procedido à venda de 10 por cento das acções da Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH), gerando um encaixe de 163,18 milhões de meticais ou cerca de 6,7 milhões de dólares.

A CMH foi constituída em Outubro de 2006 como o veículo para a participação moçambicana na exploração e processamento do gás natural de Temane, na província de Inhambane, onde é parceira do grupo petroquímico sul-africano Sasol.

A CMH tem dois accionistas, a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) com 80 por cento e o Estado moçambicano com os restantes 20 por cento, tendo os 10 por cento agora vendidos saído da participação da ENH.

Os 10 por cento da CMH representavam 593412 accções com um valor nominal de 275 meticais cada, ou 11,4 dólares, podendo ser adquiridas apenas por cidadãos moçambicanos ou por empresas em que o capital fosse detido em pelo menos 60 por cento por sócios moçambicanos.

A Bolsa de Valores informou ainda que a procura pelas acções foi grande tendo 1179 pessoas manifestado intenção de comprar 512010 acções e 51 empresas e outras instituições pretendido 685470 acções.

No final, adianta a BVM, 1173 pessoas singulares adquiriram 296700 acções e 49 pessoas colectivas 296712, que vao agora ser admitidas à cotação (Fonte: Macauhub, 2008-06-06).

Petróleo: risco de volta ao passado


O Brasil descobriu enormes reservas de petróleo na Bacia de Santos. E agora, quem vai explorar as que ainda certamente estão surgindo? Esse é o tema em debate, com a Petrobras reivindicando maior poder e novas regras para novas concessões.

Nada de entregar todo o petróleo às empresas estrangeiras que vierem a descobri-lo, mas, sim, mantê-lo em posse do governo, sob a forma de partilha. A empresa descobridora poderá explorá-lo, mas recebendo parte dele de acordo com contratos pré-assinados, uma vez deduzidos tributos e encargos.

Essa é uma reivindicação justa, pois os investimentos e pesquisas iniciais foram feitos pela Petrobras, na qual o governo é o maior acionista. As que vierem vão aproveitar-se desse trabalho pioneiro e vitorioso, de elevado nível profissional hoje reconhecido no mundo.


MUDAR A LEI?

Mas isso exige uma reformulação da Lei do Petróleo, de Fernando Henrique Cardoso, que, mesmo mantendo "de fato" o monopólio estatal exercido pela Petrobras, abriu espaço para a participação de empresas estrangeiras. Para José Sergio Gabrielli, presidente da estatal, essa lei servia antes da descoberta da Bacia de Santos. Agora, não mais.


É PRECISO CUIDADO

Não se trata apenas de uma discordância técnica, mas da definição de uma nova política petrolífera, com tintas ideológicas. É preciso equilíbrio e cuidado, avaliando os riscos e benefícios. Sem dúvida alguma, o cenário petrolífero mundial mudou profundamente nos últimos dez anos e a Petrobras. Hoje, as estatais dominam a produção e as reservas mundiais de petróleo. E entre estas, se encontra a Petrobras. As grandes empresas privadas perderam espaço. Seria justo, portanto, fortalecer ainda mais a Petrobras, seguindo a política adotada pelos países da Opep, principalmente do Oriente Médio?

Esse é um assunto delicado. Vejamos. (1) Temos agora grandes reservas que podem nos colocar no mesmo nível dos principais membros da Opep, permitindo-nos também ditar as regras para novos investimentos. Mas, ao contrário deles, somos grandes consumidores e importadores ainda. (2) Eles têm recursos infindáveis, trilhões de dólares, campos rasos e maduros e dispensam o capital estrangeiro. Isso não acontece no Brasil, onde os campos são novos, em áreas difíceis que exigem somas imensas das quais só podemos dispor em parte. Nem se sabe quanto esse petróleo custará e se será economicamente viável. Diante disso, a idéia do contrato de partilha, defendida por Gabrielli, é correta, mas é delicada. Ela pode afastar investidores que tanto vamos precisar. Pode argumentar que não temos pressa. Errado. Temos sim, pois a Petrobras importa petróleo leve ao preço do mercado internacional - altíssimo - e importa o pesado, desvalorizado como o da Venezuela. A cada dia perde recursos preciosos que poderia estar investindo no novo campo ou na construção de refinarias que processasse o óleo que temos hoje. Daí a necessidade de atrair investimentos externos para o setor.


QUE TIPO DE CONTRATO?

O ideal seria ter, não nas áreas já descobertas, mas nas novas, uma participação expressiva das empresas de petróleo estrangeiras, liberando recursos e técnicos da Petrobras para as outras áreas promissoras. É preciso uma associação justa do capital nacional e estrangeiro na descoberta e exploração de novas jazidas. Técnicos do mundo todo apontam, surpresos, para o Brasil como uma das maiores promessas no cenário petrolífero mundial. Podemos em alguns anos estar produzindo mais de 3 milhões de barris por dia, superando até alguns produtores da Opep. Mas, para isso, é preciso que o governo se conscientize que o mercado mundial do petróleo mudou e não é mais dominado pelas multinacionais. Vamos precisar do capital externo, sem ferir os interesses nacionais.


SEM PAIXÃO, SENHORES

O mais importante é afastar o risco do retorno às ideologias de esquerda do passado, dos nacionalismos vazios e idiotas, com o do "O petróleo é nosso", um slogan de mais de 50 anos que inspirou um monopólio nocivo ao País. Se tivéssemos aberto há mais tempo o mercado nacional do petróleo e aprovado a Lei do Petróleo, teríamos atraído preciosos recursos que perdemos há pelos menos 20 anos.

Assim, não seríamos hoje tão dependentes do petróleo importado, que sufoca a nossa autonomia energética. Muito do que conseguimos com os preços elevados das commodities agrícolas, que exportamos, está sendo absorvido pela importação de petróleo leve que só agora descobrimos.


MAIS ESTATAL, NÃO!

A solução parece residir na associação de contratos de concessão e de partilha. Mas parece já haver preferência, em Brasília, pelo contrato de partilha, em que o governo mantém a propriedade da reserva e controle da produção. O problema é que esse tipo de contrato talvez não interesse ao investidor externo e já se fala até na criação de uma nova estatal.

Mais uma estatal, não! Absolutamente, não! O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, muito sagaz, com ar de ingênuo, correu a declarar que é contra. "Uma nova estatal não é bom para o Brasil." Então, quem controlaria esses contratos? Ora, ora, pois não temos a Petrobras? (Fonte: Estadão, 2008-06-05).

Moçambique: Concurso para a concessão de áreas para prospecção petrolífera encerrou no Maputo


O concurso para a concessão de áreas de pesquisa de hidrocarbonetos na bacia sedimentar de Moçambique, lançado em Dezembro de 2007, foi encerrado na segunda-feira, anunciou em Maputo o Instituto Nacional do Petróleo.

De acordo com um comunicado da instituição, as empresas interessadas tiveram seis meses para avaliar os dados técnicos e apresentar as respectivas propostas. Segue-se agora a fase de avaliação das propostas, com base em critérios de capacidade técnica e financeira, sendo que as melhores serão recomendadas para negociação de contratos de concessão para pesquisa e produção.

O Instituto Nacional do Petróleo de Moçambique prevê que o anúncio dos resultados seja efectuado até finais deste mês (Fonte: Macauhub, 2008-06-04).

terça-feira, 24 de junho de 2008

Cabo Verde: Mais seis cêntimos por litro de combustível para taxa de manutenção rodoviária


Os cabo-verdianos vão passar a pagar, dentro de um mês, mais sete escudos (seis cêntimos) por cada litro de combustível, uma taxa de Manutenção Rodoviária criada pelo Governo.


A taxa foi fixada baseando-se na comparação entre o que as gasolineiras vendem e o que deverá ser necessitário para a manutenção de estradas, conforme disse à Rádio Nacional de Cabo Verde (RCV) o presidente do Fundo Manutenção Rodoviária, José Figueiredo Ramos. "Esperamos inicialmente um valor de 300 mil contos para manutenção de estradas, mas este valor pode aumentar ou diminuir de acordo com a evolução deste mercado", explicou.


José Figueiredo Ramos explicou à RCV que a criação do Fundo de Manutenção Rodoviária, em 2005, já foi pensado na perspectiva da instituição da taxa para a manutenção das estradas. "Temos um acordo estabelecido com o Banco Mundial, que financia as estradas e o Governo trata da manutenção, e o Governo criou o Fundo para este fim. O Governo tem investido somas enormes em execução de estradas mas não tem havido a devida manutenção por falta de recursos", explicou.


De acordo com o presidente do Fundo de Manutenção Rodoviária, há dados que indicam que a falta de manutenção das estradas do país pesa substancialmente nos gastos do Governo e dos proprietários de veículos.


Com base nessas estatísticas, José Figueiredo Ramos argumentou que a falta de manutenção nas estradas pode provocar prejuízos aos utentes no valor de um milhão de escudos por ano (nove mil euros), só pela substituição de amortecedores.


Segundo o decreto-lei, publicado segunda-feira, no Boletim Oficial, a nova taxa é criada como compensação pela conservação e manutenção das estradas do país na lógica do princípio utilizador/pagador.


Promulgado pelo Presidente da República a 14 de Março, o decreto-lei estabelece que estão obrigadas ao pagamento da taxa todas as pessoas singulares ou colectivas, públicas ou privadas, que utilizem as estradas para circulação de veículos ligeiros ou pesados, sejam ou não proprietárias do veículo utilizado.


A taxa começa a ser cobrada a 2 de Julho, é paga nas gasolineiras no momento de abastecimento, e segundo o acordado com o Fundo, as petrolíferas têm 30 dias para transferir o montante (Fonte: Sapo / Lusa, 2008-06-03).

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Petrobras descobre óleo leve em águas rasas


A Petrobras anunciou ontem uma descoberta na Bacia de Santos, desta vez em águas rasas e acima da camada de sal. A grande vantagem é que foi identificado um tipo de óleo leve e com elevado potencial de produção. O volume de reservas não foi revelado pela estatal.

Em El Salvador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse "estar muito feliz" com a notícia. "Acho que Deus resolveu passar no Brasil e ficar. Não foi embora", comemorou Lula, acrescentando que "isso é uma coisa importante para nós".

Segundo a empresa, o óleo encontrado no local possui 36 graus API, sigla que identifica a classificação da qualidade do óleo - quanto mais próximo de 50, maior o valor do óleo. No Brasil, a média durante anos foi de um óleo pesado, entre 18 e 20 graus API. Na área pré-sal, o óleo tem em torno de 28 graus.O bloco BM-S-40, em que a nova reserva foi identificada, está a 275 quilômetros da costa do Estado de São Paulo. A Petrobras detém 100% da área. O óleo está numa profundidade de 235 metros. A descoberta foi confirmada com a produção de petróleo em reservatórios a 2.080 metros de profundidade.

Além da leveza do óleo, o teste no local comprovou as altas vazões esperadas para o tipo de reservatório, com um potencial de produção, por poço, estimado em mais de 12 mil barris por dia. Isso indica um elevado potencial de produção, segundo o geólogo Giuseppe Bacoccolli, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O máximo já produzido no País num único poço são 20 mil barris por dia.

Segundo Bacoccolli, o ritmo de vazão no campo de Marlim, o maior em produção hoje no País, é de 10 mil barris diários, com a diferença de que lá o óleo é pesado (18 graus API) ante um óleo leve (36 graus API) na nova descoberta. O geólogo também lembrou que na área de Tupi - a megarreserva da área do pré-sal, na qual a Petrobras identificou de 5 a 8 bilhões de barris - a vazão do primeiro poço era de 6 mil barris diários. "Isso não significa que essa descoberta tem uma reserva maior, mas sim que poderá produzir até mais do que Tupi, porém em prazo menor."

Segundo a assessoria de imprensa da estatal, a Petrobras dará continuidade à exploração do bloco BM-S-40, conforme contrato de concessão, com a perfuração de novo poço com o mesmo objetivo e início previsto para junho. A área havia sido concedida na 5ª Rodada da Agência Nacional de Petróleo em 2003 (Fonte: Estadao, 2008-05-30).

Petrobras ainda deve anunciar outras descobertas, avaliam analistas



Os sucessivos anúncios de novas descobertas de petróleo pela Petrobras devem continuar por mais algum tempo, segundo especialistas ouvidos pelo G1.

A expectativa é que novos depósitos sejam encontrados na Bacia de Santos, o que pode levar o país a subir algumas posições no ranking dos detentores das maiores reservas. A Petrobras diz ter quarta maior reserva provada de petróleo do mundo.

Nesta quinta (29), a estatal anunciou uma nova descoberta de petróleo na Bacia de Santos. Foi o sexto anúncio de descoberta na mesma área desde novembro do ano passado, quando foi divulgada a existência de uma reserva de até 8 bilhões de barris na reserva de Tupi.

"Certamente mais poços devem ser anunciados no prazo de um ano. É só ver o tamanho das bacias sedimentárias brasileiras, ainda há muito que encontrar", diz Bruno Rezende, analista do setor de petróleo da Tendências Consultoria (Fonte: Globo, 2008-05-30).

Petrobras bate recorde de exportação de petróleo em abril


A Petrobras bateu, em abril, recorde na exportação de petróleo bruto, com média de 530 mil barris/dia. O diretor de abastecimento e refino da estatal, Paulo Roberto Costa, disse que esse desempenho foi decisivo para que o déficit na balança de pagamentos da empresa fosse reduzido em abril. No mês passado, a Petrobras registrou déficit de US$ 550 milhões na conta, ante US$ 775 milhões em março. "O saldo foi positivo em abril e, como já previ antes, a tendência é que este déficit seja revertido. Vamos fechar o ano com a balança superavitária", afirmou Costa em evento em que foram divulgados os projetos sociais que a estatal apoiará neste ano.

Costa calculou que o déficit da balança seja revertido entre julho e agosto. Além do aumento das exportações de petróleo, ele ressaltou que o retorno das operações de uma das unidades de refino da Replan, em Paulínia (SP), foi decisivo para o saldo de abril. "Nosso parque de refino está trabalhando em alta capacidade. Devemos passar, em maio, de 1,8 milhão de barris/dia de capacidade", afirmou.

O diretor negou que a Petrobras tenha interesse de adquirir postos de combustíveis nos Estados Unidos. Costa não quis comentar as declarações do ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais), de que uma nova refinaria da empresa seria construída no Ceará (Fonte: Folha Online, 2008-05-30).

JP Morgan recebe custódia de fundo petrolífero do Timor Leste


O banco JP Morgan foi escolhido pelo futuro banco central do Timor Leste como responsável pela custódia dos ativos do fundo petrolífero timorense, avaliado em US$ 2,9 bilhões.

A Autoridade Bancária e de Pagamentos do Timor Leste (ABP) é responsável pela gestão operacional do fundo petrolífero.

O acordo de custódia global com a filial australiana do JP Morgan surge na seqüência de um leilão internacional e é qualificado, em comunicado timorense, como "um importante passo à frente na gestão operacional" do fundo petrolífero.

À entidade de custódia caberá receber e organizar as instruções de gestores de recursos do fundo e avaliar seu desempenho. Segundo a ABP, este é "um passo necessário para implementar a intenção do governo de alargar o mandato de investimento do fundo a fim de, no longo prazo, alcançar lucros mais altos".

"O papel da empresa de custódia é mais como o de um treinador: assistir ao desempenho daqueles gestores para ajudar a ABP, o capitão da equipe, a ter a certeza de que a equipe está jogando bem", comparou o diretor-geral da ABP, Abraão de Vasconselos.

O retorno do fundo durante o ano terminado em 31 de março foi de 9,1%, resultado qualificado pela ABP como "excelente", em especial se "comparado com os [retornos] de outros fundos congêneres", já que "alguns dos quais sofreram perdas ou tiveram retornos muito baixos durante o mesmo período em resultado da sua exposição a títulos envolvidos na chamada 'crise subprime' nos Estados Unidos".

"O fato de o fundo petrolífero [do Timor Leste] ter sido considerado como o número três no mundo e o primeiro no Sudeste Asiático em relação à transparência e à responsabilidade, em um ranking de Fundos Soberanos de Riqueza publicado pelo Instituto Petersen de Economia Internacional, de Washington, deu-lhe um perfil internacional muito alto", acredita Vasconselos (Fonte: Agência Lusa, 2008-06-03).

Moçambique: Carvão reforça estatuto de potência energética regional


Os projectos de exploração de carvão multiplicaram-se nos últimos meses em Moçambique, promovidos sobretudo por transnacionais e empresas indianas, permitindo ao país exportador de electricidade reforçar o estatuto de potência energética regional.


Abdul Kamara, especialista energético do Banco de Desenvolvimento Africano, previa na semana passada que o investimento na exploração das extensas reservas carboníferas moçambicanas e projectos energéticos relacionados ascenda a 30 mil milhões de dólares na próxima década. “Espera-se que Moçambique se torne o segundo maior produtor africano de carvão (depois da África do Sul) com o desenvolvimento do projecto de Moatize, em 2010”, afirmou Kamara, citado pela Reuters.


O governo de Moçambique entregou oficialmente à brasileira Vale por 25 anos os direitos de exploração de carvão na mina de Moatize em Julho de 2007. Com reservas estimadas em 2,5 mil milhões de toneladas, a mina deverá começar a produzir no primeiro trimestre de 2011, após um investimento de 1.398 milhões de dólares. A Vale pretende extrair 11 milhões de toneladas de carvão por ano, sendo 8,5 milhões de toneladas de coque para a indústria metalúrgica e 2,5 milhões de toneladas de carvão térmico para a produção de energia eléctrica.


Segundo o BAD, a produção carbonífera em África vai crescer em média três por cento ao ano até 2011, especialmente graças ao aumento da procura asiática. O preço da matéria-prima tem vindo a escalar “à boleia” do petróleo, apresentando-se como uma alternativa mais barata. “O carvão voltou a estar na moda recentemente, devido a três vantagens: preços mais baixos por unidade energética, um rácio mais elevado de reservas/produção e uma diferente distribuição geográfica das reservas”, afirmou Kamara.


A Índia e a China serão responsáveis por um aumento de 73 por cento na procura mundial de carvão em 2030, para 4994 milhões de toneladas equivalentes de petróleo, quando em 2005 consumiam 2892 milhões de toneladas, de acordo com a Agência Internacional de Energia.


Depois de uma primeira vaga que trouxe até Moçambique grandes multinacionais do sector mineiro como a Vale ou a Arcellor Mittal, nos últimos meses são principalmente as empresas indianas a assegurar fontes da matéria-prima. A indicação foi dada oficialmente no parlamento indiano pelo ministro do Carvão, Dasari Narayana Rao, quando há poucos meses anunciou que iria ser constituída uma "joint-venture" para aquisição de activos no estrangeiro integrada por empresas estatais de energia e recursos minerais como NTPC, Steel Authority of India, NMDC, Rashtriya Ispat Nigam e Coal India. Este grupo de empresas, que deverá ter um capital próximo de 2,3 mil milhões de dólares, tem vindo a efectuar visitas a Moçambique, para deslocações a minas e conversações com as autoridades, até agora sem “fumo branco”.


Entretanto, na semana passada, a BEML Midwest - uma "joint-venture" entre a Bharat Earth Movers, Midwest Granite e Sumber Mitra Jaya da Indonésia - adquiriu a sua primeira mina moçambicana de carvão, que será exportado para a Índia. No mesmo sentido, a Global Steel Holdings, que reúne as participações siderúrgicas do grupo Ispat, comprou dois blocos para a exploração de carvão, num investimento de 4600 milhões de rupias (cerca de 116 milhões de dólares).


Situados na província de Tete – próximo das áreas em exploração pela ArcelorMittal, Tata Steel e Vale - os blocos cobrem uma área de 30 mil hectares e têm reservas comprovadas de 70 milhões de toneladas de carvão de coque. O carvão será encaminhado para exportação através do porto da Beira, a cerca de 600 quilómetros, através da linha de caminho-de-ferro em reconstrução, que dentro de 12 meses deverá estar operacional.


Associada à Riversdale Mining australiana, a gigante indiana Tata Steel está envolvida em dois dos principais projectos de exploração de carvão em curso em Moçambique: Benga e Tete, que deverão arrancar em 2010. A licença de Benga, distrito de Moatize, deverá ter reservas de 1255 mil milhões de toneladas de carvão, de qualidades adequada ao uso no fabrico de aço e queima para produção de energia. A multinacional ArcelorMittal, também de capital indiano, adquiriu recentemente 35 por cento da "joint-venture" Rio Minjova Mining and Exploration Company, por 2,5 milhões de dólares, enquanto a associada Black Gold Mining (Moc), entrou com as suas concessões de carvão – com 49.360 hectares, na área do rio Minjova, na província de Tete.


A ArcelorMittal tem ainda a opção de passar a accionista maioritário na "joint-venture" desde que pague 2,5 milhões de dólares adicionais e haja confirmação de que as reservas "provadas e prováveis" são em quantidade considerada satisfatória.Também em Tete, a Central African Mining and Exploration (Camec) fez recentemente uma importante descoberta de carvão – até 868 milhões de toneladas.


Mais recentemente, o Japão também vem demonstrando interesse em ganhar posição no sector carbonífero moçambicano. A braços com o aumento do preço das matérias-primas, a japonesa Nippon Steel anunciou recentemente que pretende associar-se à Vale de Rio Doce na mina de Tete. “Nesta circunstância extraordinária de subida dos preços das matérias-primas, temos um grande interesse em fontes alternativas. Queremos investir se tivermos oportunidades”, afirmou Shoji Muneoka, que assumiu a presidência da empresa japonesa em Abril (Fonte: Macauhub, 2008-06-02).

Grupo chinês vai investir US$ 40 bi em biocombustível na África


A Geocapital, empresa de Macau criada para desenvolver negócios em países de língua portuguesa, vai investir até US$ 40 bilhões na África, nos próximos dez anos, para produzir biocombustível em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, disse nesta sexta-feira à Agência Lusa um dos administradores da companhia, Ambrose So. A produção será iniciada em dois ou três anos e deve atingir a capacidade máxima (de 14 milhões de toneladas anuais) dentro de 10 a 15 anos, afirmou o responsável.

Ambrose So afirmou que a produção de biocombustível é "um projeto suficientemente grande e prioritário para a Geocapital" e a companhia tem planos de produção e comercialização em todos os países de língua portuguesa onde desenvolve atividades, inclusive no Brasil.

A empresa de Macau pretende produzir biocombustível na África tendo como matéria-prima o pinhão-manso, planta comum na África e na América, e, segundo alguns especialistas, um dos meios mais confiáveis e de melhor rendimento para a finalidade.

A Geocapital nasceu da parceria entre o magnata chinês Stanley Ho, ligado ao setor de cassinos de Macau, e o investidor português Jorge Ferro Ribeiro.


Retorno local

Ferro Ribeiro explicou que os estudos que antecedem o investimento na África prevêem a criação de "projetos integrados, contemplando a existência de uma cadeia industrial em cada um dos países, abastecida em matéria-prima por produção agrícola local".

Além da produção garantida pela própria Geocapital, a empresa também se valerá de agricultores independentes, que terão acesso a apoio financeiro, assistência técnica e tecnológica, para assegurar um melhor aproveitamento das terras, disse Ferro Ribeiro.

Além de assegurar que "nenhuma das terras ligadas ao projeto interfere na produção agrícola tradicional", o empreendedor defendeu que os projetos vão contribuir para o "aumento e a melhoria da qualidade de outras produções agrícolas para fins alimentares, através da ampliação do quadro de apoio financeiro, técnico e tecnológico a agricultores locais e a associações de agricultores independentes".


Emissões

Para Ferro Ribeiro, a fixação da empresa "terá como principais beneficiários as respectivas economias e as populações locais".

"Quer pelos impactos econômicos, quer pelos milhares de empregos diretos e indiretos gerados, os projetos serão uma importante contribuição para a melhoria da qualidade de vida nesses países", afirmou o empresário luso.

Ferro Ribeiro destacou ainda que o projeto é importante na redução das emissões de carbono, o que será "uma significativa ajuda para o esforço internacional de reequilíbrio e sustentabilidade ambiental" (Fonte: Folha Online/Lusa, 2008-06-06).

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Angola precisa de 'mudança radical' na política, diz OCDE


A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirmou que Angola precisa de uma "mudança radical" na estratégia política e apostar na diversificação das atividades, além da extração do petróleo, para melhorar o combate à pobreza.


"Angola precisa de uma mudança radical da política para iniciar, continuar e aumentar os projetos com vista à melhoria da vida nos campos e nas cidades regionais", disse em entrevista à Agência Lusa o porta-voz do centro de Desenvolvimento da OCDE, Colm Foy, em Lisboa.


O representante da OCDE disse que 68% da população angolana vive na pobreza, incluindo 94,3% nas zonas rurais e 57% nas áreas urbanas, e defendeu que não é aceitável um dos países mais ricos de África ter simultaneamente uma das populações mais pobres.


Colm Foy criticou a economia angolana por depender "totalmente do setor do petróleo" e estar concentrada apenas nos minerais e na indústria extrativa.Em 2006, a contribuição do petróleo para o PIB foi de 60%, contra 40% dos demais setores, como o agrícola (8%), comércio por atacado e varejo (15%), construção (5%), indústria manufatureira (5%), outros serviços (8%) e diamantes (2%).


"Angola não cria emprego, nem infra-estruturas, e no campo não há desenvolvimento da agricultura, ou seja, não há diversificação na economia", disse o porta-voz.




Crescimento




Apesar do forte crescimento de Angola verificado nos últimos anos - só em 2007 foi de 19,8% - Colm Foy ressaltou que a qualidade de vida das pessoas "melhorou pouco", justificando a necessidade da diversificação da economia. "Este é o momento para investir na educação, em infra-estruturas, que abasteçam as cidades e as populações regionais. Angola tem um enorme potencial para desenvolver todos os setores, como a agricultura, pode produzir tudo, mas não é fácil por falta de vontade política e porque é um país muito rico e muito grande", acrescentou.




Segundo Colm Foy, "a luta que se deve travar é a luta contra a pobreza, contra o enfraquecimento e contra as desigualdades entre os ricos na cidade, ligados ao petróleo e à política, e o resto da população".




Questionado sobre as previsões da OCDE e do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), que antecipam para 2009 uma desaceleração da economia angolana para metade do previsto este ano, o porta-voz disse que está é uma "visão realista e não pessimista". "A produção da OPEP [Organização dos Países Exportadores de Petróleo] vai cair nos próximos anos, devido a uma redução da produção em muitos países como a República do Congo e Gabão, onde os recursos estão se esgotando", afirmou (Fonte: Agência Lusa, 2008-06-06).

Maiores consumidores de petróleo querem fim dos subsídios ao produto


Ministros de Energia dos maiores consumidores mundiais de petróleo pediram neste sábado, no Japão, o fim dos subsídios aos combustíveis e aumento da produção. Representantes da China, Índia, Coréia do Sul e Estados Unidos e Japão, que juntos consomem mais da metade do petróleo do mundo, não chegaram, contudo, a um acordo sobre como e quando a mudança deve ser feita. O pedido foi feito um dia depois da alta recorde do petróleo desta sexta-feira, quando o barril do petróleo fechou próxmo dos US$ 139.

O secretário de Energia dos Estados Unidos, Sam Bodman, argumentou que boa parte da responsabilidade pela alta do petróleo são os baixos preços na Ásia, onde as economias apresentam rápido crescimento e os subsídios têm promovido um aumento explosivo no consumo nos últimos anos.

- É impressionante, porque a produção mundial de petróleo tem se mantido em 85 milhões de barris diários. Sabemos que a demanda está aumentando porque muitas nações ainda subsidiam o petróleo - afirmou.

O embaixador da Índia disse que não era possível abandonar o controle dos subsídios, que ajudam a proteger a população de mais de um bilhão de pessoas e implicaria risco a estabilidade política e social da região.

- Como um país em desenvolvimento, não temos condição de abandonar totalmente os subsídios - disse Hemant Krishnan Singh, que participaou do encontro representando o ministro de Energia da Índia.

Tentativas recentes de reduzir os subsídios na Índia e na Malásia levaram a greves e confrontos.

Segundo analistas, esse tipo de problema deve se repetir antes do fim da crise causada pela alta nos preços do petróleo e dos alimentos.

Nesta semana, a Índia, Indonésia e Siri Lanka elevaram os preços do petróleo no mercado doméstico, pela segunda vez em dois anos. Mas analistas afirmam que um aumento de 10% tem pouco impacto para deter uma alta acelerada dos preços. A China, segundo maior consumidor de petróleo do mundo, já havia elevado seus preços em meados de 2006 e depois aumentou de novo em 10% em novembro. Os analistas vêem poucas chances do governo daquele país tomar medidas eficazes para combater a inflação. Analistas temem petróleo a US$ 150 em julho.

O salto registrado sexta-feira na cotação do petróleo - que subiu mais de US$ 10 em um único dia, batendo US$ 139,12 - trouxe o fantasma de um barril a US$ 150 às vésperas das férias de verão no Hemisfério Norte. Como mostra reportagem publicada pelo Globo, neste sábado, o banco de investimentos Morgan Stanley afirmou, em relatório, que o barril pode chegar a US$ 150 até 4 de julho, o Dia da Independência nos EUA, em que muitos americanos viajam. Em maio, o Goldman Sachs previra que, em dois anos, o barril chegaria a US$ 200.
"As exportações de petróleo do Oriente Médio estão estáveis, mas a Ásia está tomando uma fatia sem precedentes", afirmou o relatório, lembrando que os estoques americanos já caíram em 35 milhões de barris desde março.

Este ano, os preços do petróleo avançaram 44%, ameaçando o crescimento da economia dos principais países consumidores, incluindo os EUA, já abalados pela crise no mercado imobiliário. Segundo analistas, a dramática alta da commodity tem sido puxada pela demanda da China e de outros emergentes, bem como por investidores buscando proteção contra a desvalorização do dólar e a inflação nas economias desenvolvidas.

A alta do preço da commoditie se deveu ao recuo do dólar frente ao euro, após a divulgação do aumento do desemprego nos Estados Unidos, e às ameaças de um ataque israelense ao Irã. Em Nova York, o barril do tipo leve americano saltou US$ 10,75 (8,41%), para o recorde de US$ 138,54, tendo sido negociado a US$ 139,12 durante o pregão. Nos EUA e no resto do mundo, as bolsas desabaram. O índice DOW Jones recuou 3,1%. A Bolsa de São Paulo caiu 2% (Fonte: O Globo, 2008-06-07).