terça-feira, 21 de março de 2017

ANGOLA - Ainda um longo caminho para a recuperação econômica

Preços do petróleo continuam a induzir défices orçamentais em Angola

Os baixos preços do petróleo nos mercados internacionais vão fazer com que o Orçamento de Estado de Angola continue a apresentar défices significativos entre 2017 e 2021, se bem que o de 5,7% do PIB previsto para este ano já sede ter reduzido para 4,3% em 2021, de acordo com a Economist Intelligence Unit (EIU).
A EIU adianta no mais recente relatório sobre Angola que, atendendo à fraca diversificação da economia, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) continuará a ser empurrado pelo sector petrolífero e registar uma taxa média de 2,8% no período de 2017/2021, que compara com a de 4,1% contabilizada no período de 2012 a 2016.
A taxa de inflação manter-se-á elevada, não obstante a redução dos subsídios públicos aos combustíveis e a desvalorização continuada da moeda nacional, devendo, depois de se situar em 22% este ano, desacelerar até se situar em apenas um dígito em 2021, com 7,7%.
A desvalorização da moeda nacional, o kwanza, deverá ter tendência a abrandar relativamente aos valores atingidos em 2015/2016 mas a falta de dólares no mercado oficial fará com que o intervalo relativamente aos preços praticados no mercado paralelo se mantenha relativamente elevado.
A EIU afirma neste documento que o controlo da inflação continuará a ser um dos grandes objectivos do Banco Nacional de Angola, que entre Janeiro de 2015 e Junho de 2016 aumentou em 700 pontos base a taxa de juro de referência do mercado, Taxa BNA, para 16%.
“Novos aumentos da taxa de juro de referência deverão ter lugar na primeira metade do intervalo em análise, 2017/2021, atendendo aos efeitos sobre a inflação de uma moeda fraca, se bem que venham a ser moderados por pressões governamentais no sentido de ser adoptada uma política monetária menos restritiva”, pode ler-se no relatório que a Macauhub teve acesso.
O crescimento do PIB deverá atingir o ponto mais elevado deste período em 2018, com uma taxa de 3,5%, após o que deverá oscilar entre 2,8% em 2018 e 2021 e 2,5% em 2020, de acordo com as previsões da EIU. (Macauhub)

sexta-feira, 10 de março de 2017

Angola adiciona 150 mil barris/dia à produção de petróleo

 

2017/03/09 
A Cabinda Gulf Oil Company, subsidiária angolana do grupo norte-americano Chevron, iniciou a extracção de petróleo no campo Mafumeira Sul, do Bloco 0, que dispõe de capacidade para produzir 150 mil barris por dia, anunciou a estatal Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol).
Localizado a 24 quilómetros da costa da província de Cabinda e a 60 metros de profundidade, o Mafumeira Sul constitui a segunda fase de desenvolvimento do campo de Mafumeira, no Bloco 0, tendo capacidade para produzir diariamente, além de 150 mil barris de petróleo, 350 milhões de metros cúbicos de gás natural.
O petróleo extraído irá para o Terminal de Malongo da empresa e o gás natural será transportado para a unidade de processamento da empresa Angola LNG através do gasoduto do desfiladeiro do rio Congo.
O Bloco 0 tem como operador a Cabinda Gulf Oil Company, com uma participação de 39,2%, sendo os restantes parceiros a Total (10%), ENI (9,8%) e a Sonangol E&P com 41%. (Macauhub)

quinta-feira, 9 de março de 2017

Angola revê legislação do sector petrolífero

O Ministério dos Petróleos de Angola vai apresentar no prazo de 60 dias uma proposta de revisão da Lei das Actividades Petrolíferas que será elaborado por uma comissão “ad-hoc” que integra representantes da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), de acordo com um despacho oficial.
O despacho, assinado pelo ministro dos Petróleos, José Maria Botelho de Vasconcelos, informa que a comissão tem 60 dias para apresentar uma proposta de anteprojecto tanto para a Lei das Actividades Petrolíferas bem como para o regulamento respeitante à exploração de gás natural.
A Lei das Actividades Petrolíferas data de Novembro de 2004 e regulamenta toda a actividade, dos licenciamentos, exploração e produção de petróleo aos direitos e deveres da Sonangol, que é representada neste grupo de trabalho por Jorge de Abreu, administrador executivo da concessionária estatal.
De acordo com a agência noticiosa Lusa, a comissão integra ainda elementos do Ministério dos Petróleos e o presidente da comissão executiva da Sonagás, a empresa da Sonangol para o gás natural.
A revisão da legislação surge numa altura em que a própria Sonangol está em processo de reestruturação, com o desempenho afectado pela quebra nas receitas petrolíferas e uma dívida de quase 10 mil milhões de dólares. (Macauhub)

Angola é autosuficiente em Butano



Os níveis de produção conseguidos com o projecto Angola LNG permitiram que o país seja actualmente auto-suficiente em gás butano, afirmou terça-feira em Houston, Texas, um administrador executivo da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol).
Edson dos Santos fez este anúncio à margem da “CERAweek”, uma das principais conferências sobre petróleo e gás natural à escala mundial, em que a Sonangol participa com uma delegação chefiada pela presidente do Conselho de Administração, Isabel dos Santos.
O administrador, responsável pelas áreas da pesquisa e produção, logística, distribuição e navegação e pela Sonangol Gás Natural (Sonagás), salientou que o projecto enfrentou dificulades devido a um problema de concepção mas acrescentou “já está tudo resolvido.”
A resolução dos problemas, prosseguiu, permitiu que a unidade de processamento do Soyo tenha estado a operar ininterruptamente desde o último trimestre de 2016 e que Angola tenha passado a ser auto-suficiente no que se refere ao gás butano, “cujas importações devem cessar este ano.”
Edson dos Santos, citado pela agência noticiosa Angop, adiantou que a Angola LNG efectuou sete carregamentos de gás natural em 2016, sendo que a previsão para este ano ascende a 58.
Lançado em 2007 para aproveitar o gás natural resultante da exploração petrolífera, o projecto reúne, além da Chevron (36,4%), a estatal Sonangol (22,8%), a britânica BP Exploration (13,6%), a italiana ENI (13,6%) e a francesa Total (13,6%).
Representa, além disso, um dos maiores investimentos alguma vez efectuados na indústria petrolífera angolana – 10 mil milhões de dólares – dispondo de sete navios-tanque e três cais de carregamento e tendo por objecto eliminar a queima de gás natural resultante da exploração petrolífera. (Macauhub)

quarta-feira, 1 de março de 2017


ExxonMobil poderá ajudar angolana Sonangol a pagar plataformas petrolíferas

2017/02/28 

O grupo americano ExxonMobil Corporation poderá vir a solucionar o pagamento das duas plataformas petrolíferas encomendadas pela Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) à sul­-coreana Daewoo Shipbuilding and Marine Engineering (DSME), escreveu o angolano Novo Jornal.
O jornal angolano, citando informação divulgada na imprensa sul-coreana, disse que o grupo americano está a negociar com a Sonangol o adiantamento de 879 milhões de dólares que vão permitir à DSME libertar as duas estruturas de grande dimensão para efectuar perfurações nos blocos da estatal angolana.
O novo presidente executivo da empresa sul-coreana, Jung Sung-leep, disse que a Sonangol está a negociar a obtenção de financiamento junto de dois a três grandes grupos do sector, sendo o grupo ExxonMobil “o que se encontra melhor posicionado.”
Se tudo correr bem, como a própria DSME espera que venha a acontecer, as duas plataformas de perfuração poderão ser entregues à Sonangol com cerca de um ano de atraso.
As duas plataformas perfuradoras, do tipo navio, encomendadas pela petrolífera angolana à DSME, estavam prontas em meados de 2016 mas, quando a entrega já estava agendada, a Sonangol, a atravessar o pico de uma crise financeira que ainda perdura, informou a empresa sul­-coreana que não estava em condições de pagar.
Em causa estava o pagamento, como o contracto previa, de 80% dos cerca de 1,2 mil milhões de dólares pela construção e entrega das duas plataformas que a Sonangol deverá colocar ao seu serviço no mar angolano.
O jornal escreveu ainda ter havido negociações em Luanda, já com Isabel dos Santos como presidente da Sonangol, em que ficou acordado um prazo para o pagamento até final de 2016, o que não veio a acontecer.
A razão para mais um adiamento da conclusão deste negócio terá sido a incapacidade da estatal angolana para encontrar uma instituição, nomeadamente bancária, disposta a aceitar o risco elevado que a Sonangol representava. (Macauhub)