segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Moçambique discute biocombustíveis no Brasil

Um acordo de cooperação na área dos biocombustíveis será o principal documento a ser assinado entre os governos brasileiro e moçambicano durante a visita do presidente Armando Guebuza ao Brasil, que hoje se inicia, segundo uma fonte do Itamaraty. O acordo abarca a cooperação geral na área de combustíveis renováveis, uma das prioridades actuais da política externa brasileira, e prevê a capacitação de técnicos. O presidente brasileiro, Lula da Silva, tem incentivado os países africanos a produzir biocombustíveis, sob o argumento de que poderão provocar um grande impacto social no continente, para além de diminuir as emissões de gases dos combustíveis fósseis, causadores do efeito estufa. Segundo o presidente, o uso crescente de biocombustíveis significará geração de empregos, distribuição de renda, inclusão social e redução da pobreza nos países mais pobres do mundo. Guebuza participa hoje à noite num jantar oferecido pelo governador paulista José Serra no Museu Afro-Brasil e na quarta-feira visita uma unidade produtora de biocombustíveis no interior de São Paulo. O presidente moçambicano terá também encontros com empresários brasileiros na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. O acordo sobre biocombustíveis será assinado em Brasília, na quinta-feira, após a reunião dos presidentes dos dois países no Palácio do Planalto. De acordo com fontes diplomáticas, o documento final do encontro deverá aludir também à cooperação entre os dois países na área da Sida e reforçar o apoio do Brasil para a construção de uma fábrica de anti-retrovirais em Moçambique. Um detalhado estudo de viabilidade da fábrica, avaliado em 430 mil dólares, foi entregue em Maio último ao governo moçambicano. O estudo concluiu que é possível instalar a fábrica de anti-retrovirais no país, desde que sejam cumpridas algumas premissas, como formação técnica e de gestão. "O governo moçambicano deve agora dimensionar as suas ambições e decidir se vai construir uma fábrica mais complexa ou mais modesta, ou ainda se vai continuar a importar os medicamentos", disse fonte do Itamaraty. As relações entre os dois países de língua portuguesa foram incrementadas com a entrada da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) em Moçambique, em 2004, o que coincidiu com a prioridade dada a África pela política externa do governo de Lula da Silva. A CVRD, maior produtora de minério de ferro do mundo, venceu um concurso público em 2004, para a exploração de carvão no complexo de Moatize, região do Vale do Zambeze, num investimento de 870 milhões de dólares. O projecto está a ser implantado e a produção começa já em 2010. A visita de Guebuza é a segunda de um Presidente moçambicano desde o início do governo Lula. O seu antecessor, Joaquim Chissano, visitou o Brasil em 2004, em retribuição da viagem de Lula da Silva a Maputo em 2003. Para além do encontro com o Presidente Lula da Silva, Guebuza reunir-se-á em Brasília com os presidentes do Senado Federal, Câmara dos Deputados, Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça. No dia 7 de Setembro, o PR de Moçambique é o convidado de honra na cerimónia de celebração da data da independência do Brasil. (Notícias Lusófonas)

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