sábado, 8 de setembro de 2007

Gasoduto deflagra corrida pelo gás da Amazônia

O diretor de Exploração e Produção, Guilherme Estrella, detalhou os US$ 65,1 bilhões de investimentos que cabem a sua diretoria. Deste total, US$ 51,3 bilhões serão usados para desenvolver a produção e US$ 13,8 bilhões vão para exploração de novos blocos. Do total de investimento anual em exploração de novas reservas, quase a metade será feito no exterior. "A Petrobras, como todas as outras, é uma empresa condenada à globalização", disse, ele. O executivo negou que pediu para sair do cargo, mas demonstrou compreensão em deixá-lo caso o governo de fato promova uma dança de cadeiras na diretoria da estatal.Os projetos novos em relação ao plano de investimento do ano passado consumirão mais US$ 9,9 bilhões nos próximos cinco anos. Entre eles, a retomada das atividades da petroleira, com força total, na Amazônia. Diante do recente contrato de abastecer Manaus nos próximos 20 anos, a Petrobras precisará de novas reservas, como revelou Estrella. As jazidas de Urucu, com aproximadamente 1 bilhão de metros cúbicos, não dão conta do abastecimento, o que levou a empresa a prever a perfuração de mais 23 poços no entorno da unidade de produção cravada no meio da selva.Com a conclusão dos gasodutos Urucu-Coari e Coari-Manaus, em 2008, a Petrobras vai entregar gás natural à cidade, atualmente abastecida por GLP. O gás que até agora foi descoberto em Urucu é suficiente, segundo Estrella, para manter o abastecimento até 2012. A necessidade de novas reservas levou a empresa a planejar investimentos, então, em Juruá, São Matheus e Araracanga, províncias petrolíferas da floresta Amazônica."A partir do momento em que temos o gasoduto, precisamos escarafunchar os outros blocos", resumiu o executivo.Estrella disse ainda que a Petrobras vai brigar com a ANP por um bloco da bacia de campos, perto do campo de Marlim Leste. A estatal foi obrigada a devolver em 2004 a área mesmo tendo realizado uma descoberta, em 2003. E, a agora, o bloco tem o preço mínimo tem elevado da Nona Rodada. "No mercado internacional, é comum as empresas ficarem com a área se estiverem no meio do processo de perfuração quando o prazo exploratório termina e se fizerem a descoberta a partir daí. É assim em todo o mundo, mas fomos surpreendidos quando a ANP colocou esse bloco na licitação. É o bloco mais caro", declarou. A Petrobras poderá ir à Justiça se não entrar num acordo com a agência.

Nenhum comentário: