quinta-feira, 30 de abril de 2009

Teste em Tupi é 1º passo para explorar reservas


A Petrobras vai dar amanhã o primeiro passo para o desenvolvimento da maior província petrolífera do Oceano Atlântico, com a inauguração do teste de longa duração na jazida de Tupi. Segundo o gerente executivo de exploração da companhia, Mário Carminatti, não há dúvidas sobre o imenso potencial da região, até agora com reservas estimadas em até 14 bilhões de barris em apenas dois campos. O teste de Tupi servirá apenas para definir o melhor desenho do sistema de produção do campo. "Temos certeza que Tupi tem excelente produtividade. No fundo, o que queremos (com o teste) é buscar mais conhecimento para melhorar a economicidade dos projetos", explicou o executivo.


O teste prevê a produção durante 15 meses em dois poços no campo, por meio de uma plataforma com capacidade de 20 mil barris de petróleo por dia.


Após o teste, que teria a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - cancelada por causa das condições climáticas - , a Petrobras definirá quantos poços serão necessários para desenvolver definitivamente o projeto, cujas reservas são estimadas entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris.


As comemorações serão iniciadas ainda hoje, em entrevista com a presença dos ministros de Minas e Energia, Edison Lobão, e da Casa Civil, Dilma Rousseff. A participação da cúpula do governo reflete o entusiasmo da Petrobras com o chamado polo do pré-sal de Santos, que já tem 11 descobertas de petróleo e gás."Nenhuma parte do Atlântico tem situação similar à que ocorre nessa região. Não significa que não haja pré-sal nas Bacias de Campos ou do Espírito Santo, mas não há nelas o gigantismo de Santos", comparou Carminatti.


O executivo explicou que a região de Tupi reúne uma série de pré-requisitos para a existência de campos gigantes de petróleo, como a existência de rochas geradoras de petróleo e de uma extensa camada de sal que sela os reservatórios, impedindo a migração do óleo para outras camadas do subsolo. Estimativas extraoficiais sobre o potencial da região indicam reservas acima dos 50 bilhões de barris de petróleo.


Carminatti não comenta os números, dizendo que ainda não há dados suficientes para avaliar as reservas em todas as sete concessões do chamado polo do pré-sal. Ele diz apenas que a carteira de concessões da Petrobras tem perspectivas de reservas suficientes para garantir as metas de produção da companhia, que chegam a 3,92 milhões de barris de petróleo por dia no Brasil em 2020. O pré-sal de Santos vai contribuir com 1,8 milhão de barris.


A descoberta de petróleo no pré-sal coroou o que Carminatti chama de "retomada da exploração na Bacia de Santos", que ficou praticamente abandonada nas duas últimas décadas por conta do foco no desenvolvimento da produção em Campos. No início da década, a companhia descobriu reservas acima do sal no norte e no centro da Bacia - Tambaú e Uruguá, com óleo, e Mexilhão, com gás - que reforçaram a aposta na região.


Agora, enquanto desenvolve o polo do pré-sal, a estatal prepara-se para buscar novas fronteiras abaixo do sal ainda em Santos. O primeiro poço será testado no fim do ano, perto de Tambaú-Uruguá. Trata-se de uma descoberta feita abaixo do sal em 2005, que poderá ser conectada à plataforma de Tambaú e Uruguá (Fonte: Ultimo Segundo / Agencia Estado, 2009-04-30).

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