quinta-feira, 16 de abril de 2009

Preço põe Gabrielli em rota de colisão com Mantega


No que depender da vontade da direção da Petrobras, os preços da gasolina e do óleo diesel serão mantidos, pelo menos por enquanto, disse quarta-feira o presidente da estatal José Sérgio Gabrielli no Fórunm Econômico Mundial.


Mais ou menos na mesma hora, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em audiência na Câmara dos Deputados, afirmava que a estatal vai reduzir o preço da gasolina para o consumidor, mas não deu prazo para que essa queda ocorra. "A Petrobras demora um pouco, mas ela faz. Aguarde que haverá (a queda)", disse Mantega.


Já no entender do presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, ainda é cedo para avaliar se os preços vão subir ou recuar no curto prazo, mas sinalizou que prevê estabilidade, explicando em seguida que 'quem dita uma possível redução é o preço no mercado externo'.

Mas ressalvou que a companhia não altera o preço dos derivados de petróleo na mesma velocidade das mudanças do mercado internacional, lembrando que a empresa demorou para ajustar os preços quando as cotações
dispararam no exterior. O executivo confirmou que a venda de derivados cresceu 0,4% em março, depois de uma retração de 2,6% nos dois meses anteriores.

Sobre a enxurrada de descobertas no pré-sal nos últimos dias, Gabrielli disse que os indícios de hidrocarbonetos em mais uma área do BM-S-9, confirmam o potencial da região. O bloco também abrange reservatórios em localidades batizadas de Carioca e Guará. O novo campo será chamado de Iguaçu, como já havia sido divulgado. De acordo com declarações passadas da ANP, o potencial do cluster de Santos chega a 50 bilhões de barris.

O executivo, porém, disse que só será possível contabilizar o volume de novas reservas após a perfuração de mais poços. Os reservatórios estão situados a cerca de 4.900 metros de profundidade. "Vamos iniciar a perfuração de um quarto poço e esperamos que, a partir daí, tenhamos condições de adiantar volumes. Ela apenas confirma as tendência
e perspectivas positivas de desenvolvimento da produção na região", explicou.

Gabrielli afirmou que a retirada da Petrobras da conta do superávit primário será benéfica, e lembrou que a empresa vai investir
US$ 100 milhões por dia nos próximos cinco anos, num total de US$ 174 bilhões neste período. "É uma visão distinta do significado do superávit primário. Ao invés de se manter os recursos imobilizados, eles são transformados em investimento produtivo, e, portanto, geram capacidade de pagamento de dívida no futuro", concluiu. (Fonte: Gazeta Mercantil / JB Online, 2009-04-16).

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