sábado, 7 de fevereiro de 2009

OPEP: Angola admite "novas medidas" para aumentar preço do petróleo



O ministro dos Petróleos angolano e presidente da OPEP, Botelho Vasconcelos, admitiu hoje à Agência Lusa, em Luanda, que a organização poderá tomar "novas medidas" se os actuais cortes na produção não resultarem na subida do preço do barril.

Segundo o presidente da OPEP, se o preço não subir quando se atingir o limite estabelecido para os actuais cortes, 4,2 milhões de barris/dia, "haverá nova reflexão e, em função da análise feita, tomar-se-ão outras medidas".

Botelho Vasconcelos estimou que "a tendência (nos preços) seja diferente" no início do segundo trimestre de 2009 porque "os cortes de 4,2 milhões de barris/dia tiveram início em Janeiro" e esse valor "ainda não foi atingido".

"A organização tem feito o acompanhamento da evolução dos preços. Passou o primeiro mês, está a decorrer o segundo e creio que os sinais positivos, que possam permitir algum conforto, poderão começar a aparecer no segundo trimestre", notou.

Referindo-se especificamente a Angola, Botelho Vasconcelos afirmou que o preço do barril de petróleo nos 75 dólares "já era muito bom", sublinhando que o preço actual, cerca de 40 dólares, "não permite levar a cabo os investimentos e os projectos, bem como manter todos os programas de aumentar as capacidades de reservas".

Estas declarações do presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) surgem depois de o secretário geral da organização, Abdullah Al-Badri, ter admitido, em Davos, a 30 de Janeiro, que poderão ser definidos novos cortes na próxima reunião dos países-membros, marcada para 15 de Fevereiro.

Em consonância com Botelho Vasconcelos, Al-Badri justifica a eventual opção de novos cortes "se o mercado não estiver equilibrado".

Angola, que preside à OPEP desde 01 de Janeiro e por um ano, produz uma média de 1,9 milhões de barris/dia e cortou a sua produção em cerca de 250 mil.

Os cortes e os preços baixos do petróleo são a principal razão pela qual o Banco Mundial, no seu relatório de Janeiro sobre a economia angolana, estimou 2009 como um ano "muito difícil" e apontou como cenário provável a contracção da economia (Fonte: Sapo / Lusa, 2009-02-03).

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