quinta-feira, 29 de março de 2007

Petroleiras lusófonas em São Tomé

A idéia de se criar uma joint-venture petrolífera entre Brasil, Portugal, Angola e São Tomé e Príncipe "ainda está de pé", mas necessita de ajustes na legislação são-tomense, disse à Agência Lusa Carlos Gustavo dos Anjos, ministro das Relações Exteriores de São Tomé."A conversa com os países já está feita, mas temos a necessidade de fazer alguns ajustes na nossa lei do petróleo, que impõe regras para a concessão dos blocos e que prevê a realização de concurso público", afirmou o chanceler, que está em Brasília.O chefe da diplomacia são-tomense adiantou que é importante encontrar um consenso nacional que permita esta alteração à lei, e manifestou o interesse do governo de São Tomé de que esta mudança seja realizada o mais breve possível.O consórcio seria constituído pela Petrobras, Galp Energia, de Portugal, Sonangol, de Angola, e Petrogás, de São Tomé e Príncipe.Gustavo dos Anjos destacou ainda que já existe uma oferta do governo brasileiro de formar profissionais na área petrolífera e que São Tomé e Príncipe "vai, com certeza, explorar esta via".1 milhão de barris por diaDe acordo com estimativas de empresas petrolíferas, a produção em São Tomé e Príncipe pode chegar a um milhão de barris por dia em dez anos, o que poderia reverter o atual quadro de pobreza em que se encontra o arquipélago, localizado no Golfo da Guiné.Carlos Gustavo dos Anjos lembrou, entretanto, que São Tomé e Princípe ainda não é produtor de petróleo e que "todas as cifras que se avançam nesta área são apenas especulativas", porque dependem de estudos mais aprofundados.O país tem registrado avanços neste setor com a assinatura de acordos de partilha com a Nigéria. Firmado em 2001, o tratado de exploração conjunta entre os dois países estabelece 60% de receitas para os nigerianos e 40% para o arquipélago são-tomense.No entanto, o consórcio das quatro empresas petrolíferas será efetivado quando começar a exploração na área exclusiva, onde ainda não foram sequer feitos os estudos geológicos nem há uma estimativa quanto ao petróleo disponível, dado que se encontra em águas muito profundas.Visita ao BrasilEm Brasília, Carlos Gustavo dos Anjos, acompanhado pelo ministro das Obras Públicas e Infra-estruturas, Delfin Santiago das Neves, e pelo embaixador de São Tomé e Príncipe no Brasil, Ovídio Pequeno, teve reuniões de trabalho nesta segunda-feira com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.A visita a Brasília resultou na assinatura de sete acordos de cooperação técnica com o Brasil, que somam cerca de US$ 700 mil nas áreas de educação, processamento de dados e desenvolvimento urbano, entre outras.A delegação são-tomense partiu nesta terça-feira para São Paulo, onde tem previstas reuniões com representantes da Embraer e com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), seguindo na quarta-feira para o Rio de Janeiro para tratar da cooperação com a Petrobras. (Agência Lusa)

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