quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Exploração do pré-sal se viabiliza com petróleo a US$ 70, diz estudo


A exploração do petróleo existente sob a camada de sal no Brasil, que exigirá pesados investimentos das companhias envolvidas, será viabilizada mesmo que a cotação do barril caia para o menor patamar de uma projeção de longo prazo, até 2035, feita pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).


Segundo o estudo da EPE, o piso para o barril nas próximas décadas, previsto entre US$ 70 e US$ 75, foi estabelecido considerando o custo do atual produtor marginal - ou daquele último que entra no mercado para equilibrar a oferta e demanda - e está acima do valor que permitiria a extração no pré-sal. "As informações que a gente tem da Petrobras é que (este piso) viabiliza. A Petrobras andou declarando que mesmo um preço de US$ 35 ou US$ 40 o barril deixa viável o pré-sal", declarou nesta quinta-feira (18) Giovani Machado, um dos autores da pesquisa, após palestra na Rio Oil & Gas.


Ele acrescentou ainda que toda companhia do setor trabalha com a visão do preço futuro. "Ela faz uma análise a um preço muito mais baixo, justamente para o caso de eventuais mudanças em todas as condições."


De acordo com Machado, as projeções de preços levam em consideração o tamanho da demanda, a estratégia da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e as restrições futuras para atender aquela demanda.


Projeções

A projeção da EPE indica que o petróleo fecharia na média anual em US$ 102 o barril, mas cairia nos próximos anos, especialmente com uma queda na demanda no principal mercado consumidor, os Estados Unidos, e também com uma mudança de estratégia da Arábia Saudita, que elevaria a sua produção.

O especialista afirmou que alguns documentos indicam que a Arábia Saudita, o maior produtor, tem 268 bilhões de barris no subsolo e não vai querer "morrer com petróleo na mão", na medida em que os preços estratosféricos registrados em julho passaram a impactar negativamente na demanda, ao mesmo tempo viabilizando o desenvolvimento de combustíveis alternativos e renováveis.

Os preços do petróleo atingiram em julho um pico próximo de US$ 150 por barril na bolsa de Nova York, mas perderam quase um terço de seu valor devido à contaminação da crise financeira nos mercados de commodites.

A turbulência, iniciada no setor hipotecário dos EUA, levou muitos especuladores do mercado de commodities, especialmente os bancos e os fundos de investimento, que apostavam numa alta de preços, a liquidarem suas posições para perder menos nos futuros (Fonte: Globo, 2009-09-19).

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