quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

A exploração petrolífera na Área de Desenvolvimento Conjunto do Mar do Timor


Em 1989, o Tratado do Timor Gap (Timor Gap Treaty), assinado entre a Austrália e a Indonésia, criou a Zona de Cooperação do Timor Gap. O Tratado foi projectado para permitir a realização de actividades petrolíferas em uma porção da Bacia de Bonaparte, enquanto não havia um reconhecimento mútuo das fronteiras marítimas.

Com a declaração formal da independência do Timor-Leste, em 2002, foi assinado um novo tratado com a Austrália, o Tratado do Mar do Timor (Timor Sea Treaty). Por este acordo internacional, os recursos provenientes da atividade petrolífera realizada na ACDP – Área Conjunta de Desenvolvimento Petrolífero -, passaram a ser repartidos entre os estados contratantes na proporção de 90% para Timor-Leste e 10% para a Austrália. O acordo entrou em vigor em Abril de 2003, após ratificação pelas casas parlamentares de ambos os países. Os contratos de exploração e produção em vigor foram mantidos e ajustados. Na ACDP a atividade petrolífera é regulada pela Autoridade Nomeada do Mar do Timor (em inglês TSDA).

A perfuração exploratória na ACDP teve início em 1992-1993 com a perfuração de 3 poços que não revelaram mais do que a presença de indícios de óleo e gás. A primeira descoberta comercial de óleo ocorreu pela perfuração do poço Elang em 1994. No período mais intenso de atividade exploratória, entre 1994 e 1998, em apenas 4 anos foram realizadas 12 descobertas de óleo e/ou gás e condensado.

Ainda antes da criação da Zona de Cooperação do Timor Gap, que foi posteriormente sucedida pela ACDP, ocorreu o primeiro teste exploratório da região, com a perfuração em 1971, do poço Flamingo, que revelou apenas índícios de gás natural.

O potencial petrolífero da ACDP tornou-se realidade em 1994, com as descobertas de Elang e Kakatua. O início da produção comercial ocorreu em 1998, através de um sistema de produção com unidade flutuante que agregou os campos de Elang, Kakatua e Kakatua North (EKKN). Atualmente, essas acumulações já encontram-se em fase avançada de esgotamento, com produção corrente na faixa de 2.500 bbl/dia. O abandono destes campos está inicialmente previsto para Julho de 2007. Pode tratar-se de excelente oportunidade para empresas dedicadas a produção de áreas maduras.

A produção de condensado e GPL (butano e propano) do Campo de Bayu-Undan teve início em 2004 e a de gás natural, exportado sob a forma de GNL, em fevereiro de 2006, a partir de uma planta de liquefação instalada em Darwin, Austrália. A produção atual de gás natural rico é de 28,6 milhões de m3 por dia, 70.400 bbl de condensado, 18.800 bbl de propano e 16.100 bbl de butano.

As demais ocorrências de hidrocarbonetos permanecem como recursos petrolíferos não desenvolvidos e aguardam a satisfação de requisitos de economicidade e consolidação de tratados bilaterais com a Austrália sobre a questão das fronteiras marítimas.
O complexo de campos de gás e condensado de Sunrise, do qual faz parte a descoberta de Sunset, distribui-se por uma região que está 20,1% dentro da ACDP e 79,9% fora dela, em uma área do solo oceânico sob disputa de fronteira entre a Austrália e Timor-Leste. A submissão e aprovação do plano de desenvolvimento para a acumulação, de cerca de 7,7 Tcf de gás e 300 milhões de barris de condensado, depende ainda da ratificação de um acordo de unitização, pelo Parlamento do Timor-Leste, e de um tratado adicional assinado em 2005, mas ainda não ratificado pelas casas parlamentares dos dois países.

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