quarta-feira, 4 de março de 2009

Petróleo baixa, mas gasolina mantém preço


Com o barril do petróleo cotado há pelo menos quatro meses abaixo de US$ 50 no mercado internacional, os consumidores brasileiros começam a se inquietar com a falta de sinais de redução de preços dos combustíveis. É fácil esquecer, neste momento, que o repasse também não ocorreu na intensidade da alta que atingiu seu pico em julho do ano passado.


Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo da Região de Blumenau, Julio Cesar Zimmermann, o valor da gasolina comum, que varia entre R$ 2,54 e R$ 2,59 na região, não tem alterações há mais de seis meses. "Acho que o preço não subiu ou baixou em 2008. Agora estamos esperando por uma redução, mas as distribuidoras não sinalizaram com nada. Acho que é por causa da entressafra do álcool, que participa com 25% na composição da gasolina comum. Talvez a redução chegue com a safra do álcool, em abril ou maio" - avalia Zimmermann.


Em Joinville, o posto Graciosa baixou o preço do litro de R$ 2,58 para R$ 2,48 por conta própria.

Em Criciúma, o posto Barp pratica R$ 2,58 desde o ano passado. Na Capital, é preciso pesquisar bastante porque a variação é alta. Os preços variam de R$ 2,42 no posto Camarão até R$ 2,69 no posto Coqueiros, mas a média é mesmo em torno de R$ 2,59, preço praticado no posto Córrego Grande desde o ano passado.


Existem justificativas para a queda não ter ocorrido ainda. Conforme Walter de Vitto, analista
de energia e petróleo da consultoria Tendências, só nos últimos dias os valores domésticos ficaram superiores aos de referência mundial considerando o período desde o último reajuste, em maio de 2008. "Os preços nacionais estão 32,4% acima dos internacionais. Comparando desde maio, quando houve o último reajuste, foi neste mês que a conta se inverteu. Até então, havia uma defasagem causada pela falta de repasse quando o petróleo era recorde. De maio até o dia, a diferença a mais é de 0,3%" - explica De Vitto.


Ministro Lobão diz que os preços podem cair

Na comparação, detalha o analista, são cotados os valores nas refinarias no Brasil, porque os custos variáveis de distribuição são elevados. Há alguns dias, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, admitiu a possibilidade de redução de preços no mercado nacional, 'se o petróleo continuar como está', sem mencionar data.


Conforme o ministro, o combustível no país leva tempo para cair, assim como demorou a subir na escalada das cotações
que atingiu pico em julho de 2008. Lobão lembrou que a Petrobras vem baixando o querosene de aviação. Para o Brasil, a queda das cotações internacionais representa uma perda de referência da maior riqueza descoberta nas últimas décadas, as jazidas da camada pré-sal (Fonte: Gazeta Mercantil / Diário Catarinense, 2009-03-02).

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